15 de jul 2025
Gonet analisa crimes de Bolsonaro que podem agitar o debate no STF
Procurador geral da República defende cinco crimes contra Jair Bolsonaro, incluindo golpe de Estado, com penas que podem chegar a 43 anos.

Celso Vilardi e Jair Bolsonaro durante julgamento no STF. (Foto: STF/AFP)
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O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou alegações finais ao Supremo Tribunal Federal (STF) defendendo a imputação de cinco crimes ao ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Gonet rechaçou a possibilidade de que as penas possam ser absorvidas, enfatizando a gravidade das ações dos réus.
As alegações foram enviadas ao STF na noite de segunda-feira, 14 de outubro. Gonet argumentou que as ações de Bolsonaro e outros réus evidenciam um "dúplice escopo" da organização criminosa, que visava tanto permanecer no governo de forma ilegítima quanto interferir nos demais Poderes. Um exemplo citado é a minuta do golpe, que pretendia impedir a posse do presidente Lula e implementar medidas de intervenção.
Discussões no STF
O debate sobre a caracterização dos crimes foi acirrado. Em março, o ministro Luiz Fux levantou questões sobre a distinção entre golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Ele ponderou que a mera tentativa de golpe não deveria ser tratada como crime consumado, o que gerou divergências entre os ministros da Primeira Turma do STF.
Gonet, por sua vez, defende que as ações dos réus configuram simultaneamente os dois crimes, e que a aplicação da lógica de absorção de penas não se justifica. Ele destacou que a ofensa a bens jurídicos distintos não exclui a ocorrência de crimes autônomos, o que pode impactar diretamente na dosimetria das penas.
Consequências para Bolsonaro
As acusações contra Bolsonaro totalizam 43 anos de prisão, embora o tempo máximo de cumprimento efetivo no Brasil seja de 40 anos. Além dos crimes já mencionados, o ex-presidente também é réu por organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A decisão da Primeira Turma do STF, composta por ministros como Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia, será crucial para o desfecho do caso.
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