15 de jul 2025
Reino Unido reconhece indenização histórica a vítima de exorcismo homofóbico
Matthew Drapper recebe indenização inusitada após exorcismo para "cura gay", destacando os danos psicológicos enfrentados por sobreviventes.

Pessoa da comunidade LGBTQ+ participa de protesto em San Salvador (Foto: Jose Cabezas - 17.mai.25/Reuters)
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Um homem homossexual, Matthew Drapper, recebeu uma indenização de uma paróquia na Inglaterra após ser submetido a um exorcismo com a intenção de "purificá-lo" de sua orientação sexual. O caso ocorreu em 2014, durante um evento religioso em Sheffield, onde líderes da igreja alegaram que a "impureza sexual" de Drapper permitiu a entrada de demônios em seu corpo.
Após a sessão de oração, Drapper enfrentou sérios problemas de saúde mental, incluindo depressão profunda e pensamentos suicidas. Em 2019, ele formalizou uma queixa à igreja, que foi ignorada. Diante da falta de resposta, Drapper procurou uma organização beneficente, que confirmou que as orações tinham como objetivo modificar sua identidade sexual.
Indenização Inédita
Com o apoio da investigação, Drapper decidiu processar a igreja, mas o caso já havia prescrito na Justiça. Mesmo assim, um acordo foi alcançado, resultando em uma indenização de cinco dígitos. Este é o primeiro caso no Reino Unido em que uma pessoa recebe compensação por ter sido submetida a práticas de "cura gay", que o governo britânico se comprometeu a proibir.
Casos semelhantes têm gerado repercussão em outras partes do mundo. A prática é amplamente criticada e considerada uma forma de tortura, com relatos de danos psicológicos severos. No Brasil, a influenciadora Karol Eller tirou a própria vida após passar por um processo de "cura gay" em 2023, evidenciando os riscos associados a essas tentativas de conversão sexual.
Apoio a Sobreviventes
Drapper e outros sobreviventes dessas experiências estão planejando lançar um site para incentivar pessoas com histórias semelhantes a compartilharem suas experiências e buscarem apoio. A inclusão de relatos como o de Drapper e Eller no debate público ressalta os danos profundos causados por práticas de conversão sexual, reforçando a necessidade de proteção e apoio à comunidade LGBTQ+.
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