Motta e Alcolumbre defendem soberania e reforçam apoio a Lula contra Bolsonaro

Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, manifestaram apoio ao governo Lula na defesa da soberania nacional em resposta à sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A declaração ocorreu em reunião nesta quarta-feira, 16 de outubro, com o vice-presidente Geraldo Alckmin e a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

Alcolumbre classificou a medida americana como uma "agressão ao Brasil" e destacou a importância de uma resposta firme e serena. Ele elogiou a estratégia de Lula em empoderar Alckmin no processo. O senador afirmou que o Legislativo está comprometido em proteger os empregos e os empresários brasileiros. Motta, por sua vez, reforçou o papel da Câmara como "retaguarda do Executivo", mencionando a Lei de Reciprocidade como um recurso a ser utilizado se necessário.

A declaração dos líderes do Congresso evidencia o isolamento político da família Bolsonaro, que tenta condicionar a suspensão das tarifas à aprovação de uma anistia ampla no Congresso. No entanto, essa proposta não encontra apoio e é vista como uma tentativa de chantagem política. A situação é ainda mais complexa, pois a sobretaxa foi vinculada à situação judicial de Jair Bolsonaro, que enfrenta acusações de tentativa de golpe de Estado.

A reação dos governadores de direita, que inicialmente apoiaram Trump e atacaram Lula, também mudou. Agora, eles reconhecem o impacto da sobretaxa e buscam soluções diplomáticas. Uma pesquisa recente revelou que 84% dos brasileiros apoiam a união entre governo e oposição para enfrentar a tarifa, com 74% dos apoiadores de Bolsonaro defendendo essa colaboração.

O presidente Lula classificou as ameaças de Trump como "desrespeitosas" e reafirmou que o Brasil responderá com firmeza a qualquer tentativa de violação de sua soberania. O governo brasileiro tem buscado diálogo, criando um comitê interministerial para discutir soluções com empresários.