Inflação nos EUA sobe para 0,3% em junho com aumento nos preços de alimentos e energia

A inflação ao consumidor nos Estados Unidos acelerou para 2,7% em junho, conforme dados do Departamento do Trabalho, divulgados nesta terça-feira, 15. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) subiu 0,3% em relação ao mês anterior, após um aumento de 0,1% em maio. Esse crescimento foi impulsionado principalmente por altas nos preços de alimentos, energia e moradia.

Os preços de moradia, que têm o maior peso na cesta do CPI, avançaram 0,2%. Apesar desse aumento, analistas consideraram a leitura de junho "comportada", destacando que foi um dos aumentos mais amenos dos últimos anos. A alta nos preços de energia foi de 0,9%, com gasolina e eletricidade subindo 1,0% e 0,9%, respectivamente. No setor alimentício, a inflação também foi de 0,3%, com destaque para o aumento de 1,4% nos preços de bebidas não alcoólicas, especialmente o café, que subiu 2,2%.

Núcleo da Inflação

O núcleo do CPI, que exclui alimentos e energia, subiu 0,2% em junho, mantendo a mesma taxa de maio. Em termos anuais, o núcleo acumulou alta de 2,9%, abaixo da expectativa de 0,3% do mercado. Entre os itens que mais contribuíram para essa alta, estão os preços de mobiliário doméstico, que aumentaram 1,0%, e cuidados médicos, que avançaram 0,5%.

Por outro lado, os preços de carros usados caíram 0,7%, enquanto os de veículos novos recuaram 0,3%. A alta nos preços de moradia acumulou 3,8% em 12 meses, enquanto o grupo de energia, apesar do aumento mensal, ainda registra queda de 0,8% em relação ao ano anterior.

Expectativas do Mercado

Os dados de inflação geraram descontentamento entre investidores, reduzindo as expectativas de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve. A probabilidade de um corte de 25 pontos base em julho caiu para 2,6%, enquanto as chances de uma redução em setembro aumentaram para 59%. Economistas alertam que os efeitos das tarifas comerciais impostas pelo governo anterior podem impactar os preços nos próximos meses, aumentando a pressão inflacionária.

Analistas como Ryan Weldon, da IFM Investors, destacam que a leve aceleração da inflação no núcleo do CPI elimina as expectativas de um corte em julho. A Goldman Sachs projeta que a inflação do núcleo deve acelerar nos próximos meses, com aumentos mensais entre 0,3% e 0,4%. A situação continua a ser monitorada de perto, à medida que os efeitos da guerra comercial se desenrolam.