Israel intensifica ataques aéreos em área drusa na Síria após aumento da violência

A Síria enfrenta uma nova onda de violência sectária, com confrontos entre a minoria Druze e os Beduínos na província de Suweida. Desde o último domingo, 13 de julho, a situação se agravou após o sequestro de um comerciante druso, resultando em quase 600 mortes em combates. O governo sírio, sob a liderança de Ahmed al-Sharaa, denunciou os ataques aéreos israelenses que ocorreram na região.

Na terça-feira, 15 de julho, Israel intensificou suas operações militares, alegando que buscava proteger a comunidade Druze e eliminar forças pró-governo que os atacavam. O Observatório Sírio de Direitos Humanos (SOHR) reportou que, desde o início dos conflitos, 300 pessoas foram mortas, incluindo 146 combatentes Druzes e 154 civis, com muitos sendo vítimas de execuções sumárias por parte das forças governamentais.

Escalada da Violência

Os combates começaram devido a disputas entre as comunidades Druze e Beduína, exacerbadas pela retirada das forças do governo sírio. O governo anunciou um cessar-fogo, mas o líder Druze Sheikh Hikmat al-Hajri rejeitou a proposta, clamando por resistência até a "liberação total" da província. Israel, por sua vez, justificou seus ataques como uma medida de proteção aos Druzes e para impedir a presença militar síria no sul.

O presidente interino da Síria, Ahmed al-Sharaa, condenou as ações israelenses, considerando-as uma tentativa de desestabilizar o país. Ele reafirmou o compromisso do governo em proteger os direitos da comunidade Druze e a unidade nacional, denunciando qualquer tentativa de divisão.

Reações Regionais

As tensões geraram reações de vários países árabes, incluindo condenações dos ataques israelenses. O governo da Arábia Saudita descreveu as ações como "ataques flagrantes", enquanto o Irã considerou as ofensivas "previsíveis". O secretário-geral da ONU, António Guterres, também criticou a escalada da violência.

A situação em Suweida destaca a fragilidade do cenário de segurança na Síria, onde a nova administração de al-Sharaa enfrenta o desafio de unir um país profundamente dividido sectariamente. As recentes hostilidades, junto com os ataques israelenses, ameaçam complicar ainda mais os esforços de reconstrução e estabilidade no país.