Ozempic revela efeitos colaterais graves, como pancreatite e perda de visão

A semaglutida, presente em medicamentos como Ozempic e Wegovy, tem sido amplamente utilizada para o tratamento do diabetes tipo 2 e, mais recentemente, para emagrecimento. No entanto, novos relatos indicam efeitos colaterais graves, como pancreatite e neuropatia óptica, que não foram identificados em estudos anteriores. Em resposta a esses riscos, a Anvisa agora exige retenção de receita para a venda desses medicamentos.

Desde sua aprovação nos Estados Unidos em 2017, o Ozempic, inicialmente destinado ao diabetes tipo 2, e o Wegovy, indicado para perda de peso desde 2021, ganharam popularidade. Contudo, especialistas alertam que complicações sérias podem ocorrer, especialmente quando o uso não é supervisionado por profissionais de saúde. Os efeitos colaterais mais comuns incluem náuseas e problemas digestivos, mas casos de disfunção erétil e alterações na visão também foram reportados.

Efeitos Colaterais Preocupantes

Recentemente, um órgão regulador britânico destacou a associação entre o uso prolongado de semaglutida e a pancreatite aguda, com pelo menos dez mortes relacionadas. A médica Penny Ward, do King's College London, enfatizou que os efeitos colaterais mais alarmantes incluem complicações musculoesqueléticas e pancreáticas. A Anvisa, por sua vez, já havia notificado um aumento de eventos adversos relacionados ao uso desses medicamentos fora das indicações aprovadas.

Um estudo publicado na revista Nature Medicine em janeiro de 2025 revelou que o uso de medicamentos GLP-1, como a semaglutida, pode aumentar o risco de artrite em 11% e pancreatite em 146%. Além disso, foram observados riscos elevados de pressão baixa e problemas renais. A pesquisa reforçou a necessidade de monitoramento contínuo da segurança desses fármacos.

Necessidade de Mais Pesquisas

Casos de cegueira associados ao uso do Wegovy, devido à Neuropatia Óptica Isquêmica, também foram registrados. Embora essa condição seja rara, um estudo na revista JAMA Ophthalmology sugere que pacientes diabéticos que utilizam semaglutida têm quatro vezes mais chances de desenvolver essa doença. Especialistas pedem mais pesquisas para entender melhor os efeitos colaterais, especialmente em populações específicas, como mulheres.

Apesar das preocupações, a neuroendocrinologista Karolina Skibicka afirma que os benefícios da semaglutida, quando usada conforme a bula, superam os riscos. Estudos indicam que o medicamento pode reduzir o risco de demência e outras condições de saúde. A pesquisa continua para explorar seu potencial em tratar distúrbios relacionados ao consumo de substâncias químicas, destacando a importância de um uso responsável e monitorado.