18 de jul 2025
Escola agrícola em Uganda utiliza fibra de plátano para combater fome e clima
Projeto da Universidade Miguel Hernández e ONG Rafiki África capacita comunidade de Sembabule, diversificando a agricultura e promovendo a segurança alimentar.

Mães dos alunos do colégio de Sembabule trabalham no projeto agrícola, em fevereiro de 2025. (Foto: cedida)
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No distrito rural de Sembabule, em Uganda, um projeto da Universidade Miguel Hernández (UMH) e da ONG Rafiki África busca enfrentar os desafios da agricultura local, afetada pela irregularidade das chuvas. Com uma população de mais de 250 mil habitantes, a maioria dependente da agricultura, a insegurança alimentar se agrava devido às mudanças climáticas.
Desde 2022, a iniciativa visa melhorar a produção de milho e diversificar as fontes de renda, utilizando fibras de platanera. O professor de engenharia agroflorestal da UMH, Ricardo Abadía, destaca que a incerteza das chuvas compromete a segurança alimentar e impede o surgimento de novos empreendimentos. Para mitigar esses efeitos, o projeto inclui a construção de uma escola de formação agrícola e a instalação de uma máquina para extrair fibras de platanera.
Capacitação e Microcréditos
O projeto, que se estenderá até janeiro de 2026, envolve a capacitação da comunidade local, com foco em mulheres, que representam 95% dos participantes. As aulas são organizadas em grupos de 30 pessoas, com microcréditos em forma de insumos agrícolas e animais. Cada grupo é responsável por diferentes atividades, como cultivo de milho e criação de aves.
Com o apoio financeiro da Generalitat Valenciana, foram adquiridos materiais para a construção de estábulos, que as participantes constroem. O estudante de doutorado Joaquín Solano ressalta que o trabalho em grupo fortalece a solidariedade entre os membros, garantindo que todos tenham sucesso.
Diversificação e Sustentabilidade
Além de garantir a segurança alimentar, o projeto busca diversificar as atividades econômicas. Após pesquisas com a população local, as beneficiárias decidiram utilizar a fibra do tronco da platanera, que antes era descartada. Com a nova máquina, a produção será integrada a uma cooperativa com 90 famílias, permitindo acesso a insumos e melhores preços no mercado.
Os resultados já são visíveis, como o caso de um casal que, após receber treinamento, conseguiu economizar e investir em uma criação de suínos. A iniciativa não apenas promove a segurança alimentar, mas também abre novas oportunidades de negócio, contribuindo para a sustentabilidade econômica da região.
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