22 de jul 2025
Costa-Gavras explora a morte com sensibilidade em novo filme aos 92 anos
Costa Gavras lança "Uma bela vida", filme que aborda a aceitação da morte e a urgência dos cuidados paliativos na sociedade.

Uma família de ciganos se despede da matriarca cantando e dançando para ela, que é vivida por Angela Molina, na foto com Costa-Gavras (Foto: Divulgação)
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Costa-Gavras apresenta seu novo filme, Uma bela vida, que explora a morte e os cuidados paliativos de forma leve e reflexiva. A obra, que estreou recentemente nos cinemas brasileiros, é uma adaptação do livro de Régis Debray e do médico Claude Grange.
O longa-metragem, que se afasta das temáticas políticas habituais do cineasta, convida o público a refletir sobre a aceitação da morte. Uma bela vida retrata a jornada de um filósofo, interpretado por Denis Podalydès, que, ao enfrentar sua própria mortalidade, busca inspiração em uma instituição de cuidados paliativos. O médico Augustin Masset, vivido por Kad Merad, é um profissional que acredita que "o fim da vida ainda é uma vida", tratando seus pacientes com dignidade.
Narrativas de Despedida
O filme apresenta diversas histórias de pacientes terminais, mostrando diferentes formas de encarar a despedida. Um jovem que deseja continuar o tratamento, um homem que quer passar seus últimos dias com a família e uma senhora que deseja comer ostras com seu filho são algumas das narrativas que compõem a obra. Essas experiências contrastam com o sofrimento de famílias que lutam para prolongar a vida a qualquer custo.
Costa-Gavras, aos 92 anos, destaca a importância de desdramatizar a morte, afirmando que é fundamental estar preparado para o fim. O cineasta enfrentou desafios para financiar o projeto, já que muitos consideravam a temática um tabu. No entanto, sua esposa, Michelle, conseguiu parcerias para viabilizar a produção.
Reflexão sobre Cuidados Paliativos
O diretor enfatiza a necessidade de ampliar os cuidados paliativos, especialmente em sociedades que envelhecem rapidamente. Na França, apenas 300 leitos estão disponíveis para esse tipo de atendimento, enquanto o ideal seria ter pelo menos 2 mil. Costa-Gavras critica a lentidão do processo de expansão desses serviços, que esbarra em falta de recursos e vontade política.
Uma bela vida não é apenas um filme sobre a morte, mas uma reflexão sobre a vida e a dignidade no processo de despedida. A obra promete ressoar com o público, trazendo à tona questões profundas sobre a finitude e a necessidade de um olhar mais humano sobre o fim da vida.


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