Marisa Maiô, a criação de IA que se tornou fenômeno nas redes sociais

A nova sensação da internet brasileira é Marisa Maiô, uma personagem fictícia criada por Raony Phillips, que rapidamente se tornou viral. Lançada em 3 de junho, a personagem, gerada pela ferramenta de inteligência artificial Veo 3 do Google, já acumulou milhões de visualizações em suas primeiras aparições.

Os vídeos, que satirizam programas de auditório sensacionalistas, mostram Marisa debochando de especialistas com respostas vazias. O formato, que mistura humor ácido e ironia, tem atraído a atenção da mídia e gerado debates sobre o impacto da inteligência artificial na produção criativa. O primeiro vídeo no X teve mais de 1,7 milhão de visualizações, enquanto o segundo no Instagram alcançou 2,3 milhões.

A Revolução da IA na Criação de Conteúdo

O sucesso de Marisa Maiô destaca o potencial da IA na criação de conteúdo. Os vídeos apresentam diálogos em português com sincronia labial e múltiplos personagens, desafiando a percepção de que produções geradas por IA carecem de realismo. O designer gráfico Arthur Renovato e o artista Inagê Kaluanã contribuíram com um logotipo profissional para o programa, evidenciando o interesse crescente na personagem.

Entretanto, Raony enfrenta desafios com o Veo 3, que limita a criação a vídeos de até 8 segundos. O custo da ferramenta, cerca de US$ 250 mensais, pode ser um obstáculo para criadores independentes. Além disso, a IA apresenta dificuldades em gerar diálogos em português e em manter a clareza entre os personagens.

Implicações para o Mercado Criativo

O fenômeno Marisa Maiô levanta questões sobre o futuro do trabalho criativo. A substituição de produções tradicionais por criações geradas por IA pode impactar a indústria, reduzindo empregos e alterando a dinâmica de renda. A concentração de recursos em grandes empresas de tecnologia é uma preocupação crescente, já que a produção de conteúdo pode deixar de lado o trabalho coletivo e a diversidade de vozes.

A evolução da tecnologia, embora promissora, ainda depende da criatividade humana. Especialistas afirmam que, apesar dos avanços, a IA não substitui a necessidade de roteiros bem elaborados e de talentos que dão vida aos personagens. O sucesso de Marisa Maiô é um exemplo claro de como a inovação pode transformar a forma como consumimos e produzimos entretenimento.