Brasil inaugura projeto de baterias de sódio e leva energia limpa à Amazônia

A UCB Power inaugurou o primeiro sistema fotovoltaico de baterias de sódio no Brasil, beneficiando 43 famílias na comunidade de Tumbira, na Amazônia, com um investimento de R$ 1,2 milhão. O projeto, que começou a operar em julho, visa democratizar o acesso à energia limpa em uma região remota, onde a população enfrentava dificuldades para obter eletricidade.

Leonardo Lins do Carmo, diretor de Marketing da UCB Power, destacou a importância das baterias na transição energética, comparando-as ao impacto dos smartphones na telefonia. O sistema em Tumbira, localizado a cerca de 70 km de Manaus, conta com 20 módulos fotovoltaicos e 16 baterias de sódio, que armazenam 38,40 kWh de energia. Essas baterias têm uma vida útil de 4 a 6 mil ciclos, o que é crucial para comunidades isoladas.

O investimento é parte de um aporte maior da GEF Capital Partners, que vê potencial na UCB para apoiar a descarbonização. Ricardo Cifu, vice-presidente da GEF, afirmou que 2025 e 2026 serão anos decisivos para o armazenamento energético no Brasil. A UCB já implementou mais de 70 mil sistemas de armazenamento em comunidades da Amazônia Legal, atendendo quase um milhão de pessoas sem acesso à energia.

Impacto Social e Econômico

O projeto não apenas fornece eletricidade, mas também transforma a realidade econômica da comunidade. Moradores agora podem refrigerar alimentos e operar pequenos negócios, como a venda de sorvetes e a fabricação de gelo. A energia elétrica está permitindo que a população desenvolva atividades que antes eram inviáveis.

Além disso, a UCB Power, com mais de 50 anos de experiência, busca expandir essa tecnologia para outras áreas remotas do Brasil. O sistema de Tumbira serve como um laboratório para futuras implementações em larga escala, contribuindo para uma matriz energética mais sustentável.

Apesar do sucesso, a expansão das soluções de armazenamento enfrenta desafios regulatórios. O aguardado leilão de reserva de capacidade, que incluirá baterias, deve ocorrer no segundo semestre deste ano, com a expectativa de que traga mudanças significativas para o setor. A Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (Abisai) estima que o mercado de baterias no Brasil pode ultrapassar R$ 40 bilhões até 2030.