Ações do setor espacial disparam após posse de Trump, impulsionadas por otimismo geral

As ações de empresas do setor espacial tiveram um desempenho notável na terça-feira, impulsionadas por um otimismo crescente após a posse do presidente Donald Trump. O analista da Deutsche Bank, Edison Yu, afirmou que há um "excitante e profundo interesse em abrir oportunidades no espaço privado", refletindo uma mudança de percepção entre investidores de capital de risco e instituições. Ações como Mynaric, Rocket Lab e Planet subiram até 20%, enquanto a Redwire se destacou com um aumento de 51,4% após anunciar a aquisição da Edge Autonomy por quase R$ 1 bilhão, prevendo uma receita de até R$ 605 milhões em 2025.

Além disso, a Viasat teve um crescimento de 32,9% após ser selecionada pela NASA para um contrato de cinco anos, que pode valer até R$ 4,8 bilhões, para fornecer serviços de conectividade via satélite. Embora Trump tenha mencionado a exploração espacial em seu discurso de posse, ele não fez referência à NASA ou ao programa Artemis, que visa levar astronautas de volta à Lua. O presidente declarou que os EUA "lançarão astronautas americanos para plantar a bandeira em Marte", com o CEO da SpaceX, Elon Musk, presente na plateia.

Desde as eleições presidenciais, as ações espaciais mostraram uma recuperação significativa, com várias delas dobrando de valor nos últimos três meses, conforme dados da FactSet. Yu identificou três fatores que estão impulsionando o setor: a nomeação de Jared Isaacman como próximo administrador da NASA, o aumento do volume de negociações por investidores de varejo e a expectativa de novos contratos federais multibilionários. A nomeação de Isaacman foi bem recebida pela comunidade institucional, segundo Yu.

O setor espacial, que enfrentou dificuldades nos anos anteriores, viu um aumento expressivo em 2024, com empresas como Intuitive Machines e Redwire registrando altas de 779% e 715%, respectivamente. No entanto, Yu não espera que esses desempenhos se repitam em 2025, considerando que as avaliações atuais estão "muito mais ricas" do que há alguns meses, após uma reavaliação significativa das empresas que estavam com valores muito deprimidos.