Café arábica atinge novo recorde em Nova York e pode chegar a US$ 4 por libra-peso

Os preços do café continuam a subir, com os futuros do café arábica na bolsa ICE alcançando um novo recorde nesta quinta-feira, 30 de janeiro de 2024. Os contratos atingiram US$ 3,7685 por libra-peso, marcando uma alta de 15% neste ano, e fecharam em US$ 3,734 por libra-peso, um aumento de 1,9%. A escassez de oferta, especialmente no Brasil, que responde por quase metade da produção mundial de arábica, e as expectativas pessimistas para a próxima safra impulsionam os preços.

Trishul Mandana, diretor da Volcafe, destacou que a oferta de café caiu mais rapidamente do que a demanda, afirmando que "a verdadeira história é que a oferta caiu muito mais rápido do que a demanda". Os estoques certificados de arábica diminuíram drasticamente, caindo quase 100.000 sacas para cerca de 900.000 sacas. Além disso, o café robusta também enfrenta escassez, com preços subindo 2,2%, alcançando US$ 5,734 por tonelada.

A analista Laleska Moda, da Hedgepoint Global Markets, observou que o mercado está em um cenário inédito, com quatro temporadas consecutivas de déficit e uma perspectiva de safra menor no Brasil em 2025/26. Ela mencionou que a grande questão é se o café conseguirá atingir US$ 4 por libra-peso, um "alvo psicológico" para os investidores. A expectativa é que os preços continuem subindo, já que os cafeicultores estão segurando a mercadoria e as torrefadoras precisam comprar.

No mercado de outras commodities, os futuros do cacau em Nova York caíram 4,6%, fechando a US$ 11,207 por tonelada, enquanto o açúcar bruto permaneceu estável a US$ 0,1947 por libra-peso. As flutuações nos preços do cacau são impulsionadas por preocupações com a oferta, especialmente em relação à safra intermediária no oeste da África, que começará a ser colhida em abril.