Lucid busca novos rumos após saída de CEO e foca em aumento de produção e marketing

As ações da fabricante de veículos elétricos Lucid Group caíram mais de 10% na quarta-feira, após o Bank of America rebaixar a classificação da empresa e a saída abrupta do CEO Peter Rawlinson. Rawlinson, que também era o diretor de tecnologia, foi fundamental para a operação da empresa, incluindo a decisão de abrir capital em 2021. Sua saída gerou incertezas entre os investidores, que o viam como a face da empresa e essencial para seu sucesso. O analista John Murphy, do BofA Securities, destacou que a saída de Rawlinson é mais significativa do que o mercado percebe, prevendo estagnação no desenvolvimento de produtos e riscos em oportunidades de financiamento.

O novo CEO interino, Marc Winterhoff, ex-diretor de operações, busca manter a trajetória da Lucid. Em entrevista à CNBC, Winterhoff afirmou que seu objetivo é construir sobre o sucesso da empresa, com prioridades em dobrar a produção de veículos, reduzir perdas e aumentar a conscientização sobre os produtos. A Lucid ainda não é lucrativa, mas tem reduzido suas perdas brutas, com uma margem bruta negativa de 114% em 2024, melhorando em relação aos 225% negativos em 2023.

No quarto trimestre, a empresa reportou uma perda líquida de R$ 636,9 milhões, ou 22 centavos por ação, com receita de R$ 234,5 milhões. O primeiro produto da Lucid, o sedã Air, começou a ser entregue no final de 2021, mas a demanda não atendeu às expectativas. Winterhoff confirmou que a produção do Air continuará enquanto a empresa inicia a produção do SUV Gravity, com pedidos já recebidos na Arábia Saudita.

A Lucid também está desenvolvendo uma nova plataforma de veículos de médio porte, prevista para ser lançada no final de 2026. Winterhoff enfatizou que a empresa se concentrará em aumentar a produção e a variedade de veículos, além de intensificar o marketing para aumentar a conscientização do consumidor. Apesar das críticas à falta de sistemas avançados de assistência ao motorista, a Lucid planeja lançar um novo sistema de condução sem as mãos ainda este ano, enquanto continua a explorar a venda de suas tecnologias de bateria para outras empresas.