Crédito ao consumidor atinge $5 trilhões em janeiro; analista aponta 'pequenas fissuras'

O total da dívida do consumidor nos Estados Unidos alcançou US$ 5 trilhões em janeiro, conforme o relatório G.19 do Federal Reserve divulgado na sexta-feira. Esse valor representa um leve aumento em relação ao mês anterior, mas uma queda de 0,6% em comparação ao ano passado. A dívida rotativa, que inclui principalmente saldos de cartões de crédito, subiu 8,2% em um ano, enquanto a dívida não rotativa, como empréstimos para automóveis e estudantes, cresceu 3%. Ted Rossman, analista sênior da Bankrate, observou que "algumas pequenas fissuras estão começando a surgir", embora os consumidores ainda estejam gastando.

A pesquisa G.19 indica um "crescimento significativo, mas não exagerado" no crédito rotativo e um crescimento moderado na dívida não rotativa e no crédito geral, segundo Matt Schulz, analista-chefe de crédito da LendingTree. Economistas alertam que as tarifas impostas por Trump sobre importações da China, México e Canadá devem elevar os preços para os consumidores, gerando preocupação nas famílias. Uma pesquisa recente revelou que 86% dos americanos acreditam que as tensões comerciais afetarão suas finanças, e 22% começaram a estocar certos itens, independentemente de sua capacidade de pagamento.

No último ano, a dívida de cartões de crédito atingiu um recorde de US$ 1,21 trilhão, com 34% dos mutuários afirmando que esperam contrair mais dívidas este ano, segundo uma pesquisa da CreditCards.com. Os cartões de crédito são uma das formas mais caras de empréstimo, com taxas médias superiores a 20%, próximas ao recorde histórico. Rossman recomenda que quem possui dívidas de cartão de crédito considere um cartão de transferência de saldo com promoção de 0% de juros, que pode durar de 12 a 21 meses, como uma estratégia eficaz para lidar com a dívida.

Além disso, trabalhar com uma agência de aconselhamento de crédito sem fins lucrativos é outra opção recomendada por Rossman. A situação atual reflete um cenário de crescente preocupação entre os consumidores, que enfrentam um ambiente econômico desafiador e incertezas relacionadas a tarifas e preços.