Ibovespa cai e dólar sobe para R$ 5,74 após declarações de Haddad sobre fiscalidade

O Ibovespa (IBOV) começou a última semana de março em baixa, registrando uma queda de 0,22% por volta das 11h desta segunda-feira, com o índice a 132.052 pontos. O dólar, por sua vez, apresentou alta de 0,35%, sendo cotado a R$ 5,74, após atingir a máxima de R$ 5,77. A reação dos investidores se deu em resposta a declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que se mostrou "confortável" com a atual estrutura do arcabouço fiscal, mas não descartou possíveis mudanças, gerando apreensão sobre possíveis alterações nas regras fiscais.

A inquietação do mercado diminuiu após Haddad esclarecer em suas redes sociais que suas declarações foram mal interpretadas. Ele reafirmou seu apoio à arquitetura do arcabouço fiscal e à manutenção das metas estabelecidas pelo governo, embora tenha admitido que os parâmetros poderiam ser ajustados se as circunstâncias mudassem. Além disso, o último Boletim Focus indicou uma leve redução nas projeções de inflação e crescimento econômico, com a estimativa de inflação para 2025 caindo de 5,66% para 5,65%, ainda acima do teto da meta de 4,5%. A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano também foi revisada, passando de 1,99% para 1,98%.

No cenário internacional, os índices futuros das bolsas americanas apresentaram alta, impulsionados pela expectativa de que as novas tarifas propostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sejam mais específicas do que inicialmente previsto. O Dow Jones futuro subiu 1,13%, o S&P 500 futuro avançou 1,42% e o Nasdaq futuro teve uma alta de 1,73%. Apesar do otimismo, os mercados permanecem cautelosos em relação ao prazo de 2 de abril para a imposição de tarifas recíprocas a diversos países, embora fontes tenham indicado que o novo regime tarifário será mais direcionado do que o inicialmente cogitado.

Daniel Murray, CEO da EFG Asset Management, comentou que "os mercados se sentiram um pouco mais confortáveis" com a possibilidade de tarifas direcionadas, o que pode beneficiar certos setores e países. Essa expectativa de um regime tarifário mais específico contribui para o otimismo nas bolsas, refletindo uma busca por oportunidades em meio a um cenário global incerto.