Brasil se beneficia de tarifas de Trump e aumenta exportações de carne para a China

Os Estados Unidos impuseram tarifas de 10% sobre produtos brasileiros, impactando o comércio de carne bovina e gerando tensões comerciais, especialmente com a China. Recentemente, frigoríficos americanos começaram a estocar carne brasileira devido ao aumento da demanda e dos preços, que subiram 20% desde abril.

Os hambúrgueres consumidos nos EUA frequentemente contêm carne moída importada, incluindo a brasileira. A guerra comercial entre os EUA e a China, intensificada pelas tarifas, fez com que a carne brasileira se tornasse uma opção mais atraente para o mercado chinês. O vice-presidente do Grupo Fribal, Luiz Gustavo Oliveira, afirmou: “Este momento, do nosso ponto de vista, nunca foi tão favorável ao Brasil.”

Os frigoríficos dos EUA, antecipando um aumento nos preços, têm aumentado suas importações de carne do Brasil. Em 2024, os EUA importaram cerca de 229 mil toneladas de carne bovina brasileira, principalmente para a produção de hambúrgueres. A crescente concorrência da China, que revogou licenças de exportação de mais de 390 empresas americanas, abre espaço para o Brasil preencher essa lacuna.

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, Roberto Perosa, destacou que “nenhum outro país no mundo pode atender a essa demanda.” A alta nos preços da carne brasileira já afeta a indústria alimentícia nos EUA, levando empresários a misturar carne suína nos hambúrgueres para manter os custos acessíveis.

Enquanto isso, o Brasil, com vastas áreas agrícolas e menores custos de produção, se posiciona como o maior exportador de carne bovina do mundo. O ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Fávaro, afirmou que o país está pronto para atender a demanda crescente, especialmente da China.