Needham rebaixa Apple e aponta riscos de crescimento e concorrência crescente

A Apple teve sua classificação rebaixada de "compra" para "manter" pela Needham, que citou uma avaliação considerada cara e a ausência de um ciclo de substituição do iPhone nos próximos doze meses. A empresa enfrenta também crescente concorrência e riscos regulatórios.

A analista Laura Martin destacou que a avaliação da Apple está elevada em comparação a outras grandes empresas de tecnologia. Ela removeu a meta de preço de R$ 225, que previa um potencial de alta de 10,7%. “Movemos para o lado com as ações da Apple devido à sua avaliação relativa cara e ao aumento das ameaças competitivas”, afirmou Martin.

A analista observou que o múltiplo futuro de 26 vezes os lucros da Apple é alto em relação aos seus concorrentes, que apresentaram crescimento de receita de duas a três vezes mais rápido. “A Apple precisa de um ciclo de substituição do iPhone para impulsionar suas ações, o que não prevemos para o próximo ano”, acrescentou.

Concorrência e Inovação

A Apple também enfrenta desafios com a concorrência de empresas como Meta Platforms e Google, que estão desenvolvendo novos dispositivos que podem substituir smartphones. Recentemente, a Apple cancelou seu projeto de óculos de realidade aumentada, enquanto Jony Ive, ex-chefe de design da Apple, se juntou à OpenAI, o que pode representar um novo desafio.

Martin destacou que a Google é a concorrente mais bem posicionada, devido ao seu sistema operacional Android. Além disso, a Apple corre o risco de perder R$ 20 bilhões anuais que recebe da Google para manter o Safari como motor de busca padrão.

As ações da Apple caíram 19% neste ano e apresentaram leve queda no pré-mercado após o rebaixamento. Apesar disso, a maioria dos analistas ainda é otimista em relação ao papel, com trinta e quatro dos cinquenta e um analistas cobrindo a empresa recomendando compra ou compra forte.