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06 de jul 2025

Juros altos pressionam famílias e empresas e desaceleram a economia brasileira

Selic atinge 15% ao ano, pressionando crédito e consumo, enquanto inflação se mantém em 5%, afetando setores como construção civil.

QUEIMA DE ESTOQUE - Vender com desconto e não se endividar. Essa é a estratégia comercial da construtora paulista MBigucci, do empresário Milton Bigucci Junior, para reforçar o caixa sem precisar recorrer a crédito. (Foto: Claudio Gatti/.)

QUEIMA DE ESTOQUE - Vender com desconto e não se endividar. Essa é a estratégia comercial da construtora paulista MBigucci, do empresário Milton Bigucci Junior, para reforçar o caixa sem precisar recorrer a crédito. (Foto: Claudio Gatti/.)

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O Brasil enfrenta um cenário econômico desafiador com a Selic elevada a 15% ao ano, uma decisão recente do Banco Central para controlar a inflação, que permanece em 5%. Essa situação impacta diretamente o crédito e o consumo, afetando setores como a construção civil.

Desde a implementação do Plano Real, que completou 31 anos, o país tem lidado com taxas de juros exorbitantes. Em 1998, os juros básicos chegaram a 40% ao ano e, mesmo após reformas, o Brasil continua a ter uma das taxas mais altas do mundo. O atual aumento da Selic é o mais elevado desde 2006, refletindo a dificuldade do governo em conter a inflação em meio a gastos públicos crescentes.

A taxa real de juros, que desconta a inflação, é um fator crucial que influencia decisões de investimento e consumo. Fabio Kanczuk, ex-diretor do Banco Central, explica que a estrutura econômica do Brasil exige juros mais altos para controlar a inflação. Isso resulta em crédito mais caro, desestimulando o consumo e os investimentos, o que pode levar a demissões e queda na produção.

Impactos Setoriais

O setor varejista já sente os efeitos do aumento dos custos e a diminuição das vendas. José Roberto Tadros, presidente da Confederação Nacional do Comércio, destaca que a pressão sobre o varejo é significativa. A fuga dos consumidores de compras a prazo é evidente, como exemplificado pelo estudante José Cristovão dos Prazeres Neto, que optou por uma moto usada em vez de nova devido ao custo da dívida.

Na construção civil, um dos maiores empregadores do país, a situação é semelhante. Milton Bigucci Junior, diretor da construtora MBigucci, afirma que a Selic elevada não se tornou uma catástrofe devido à demanda ainda forte. No entanto, novos lançamentos caíram 28% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao anterior, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção.

Perspectivas Futuras

Apesar do crescimento modesto projetado de 2% para os próximos anos, a economia brasileira ainda enfrenta desafios estruturais. Márcio Garcia, professor de economia, ressalta que a contenção dos gastos públicos poderia permitir uma redução significativa nas taxas de juros. O Brasil, embora tenha avançado em reformas, ainda não conseguiu implementar uma estratégia eficaz para reduzir os juros e controlar a inflação de forma sustentável.

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