10 de jul 2025
Inflação pode cair com tarifas de Trump, mas juros podem subir, alerta Gribel
Governo brasileiro avalia retaliações após tarifa de 50% de Donald Trump, que pode afetar inflação e taxa Selic.

Impacto inicial das tarifas de Trump deve ser 'desinflacionário', caso o dólar continue operando sem uma disparada mais forte (Foto: Jim Watson/AFP)
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O governo brasileiro enfrenta um novo desafio econômico após o anúncio de Donald Trump, que impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, divulgada recentemente, levanta preocupações sobre a inflação e a desvalorização do real, além de impactar o fluxo de investimentos no Brasil.
A situação cambial, que apresentava uma tendência de queda do dólar, foi alterada. A moeda americana, que havia recuado de R$ 5,68 para R$ 5,40 entre março e abril, voltou a subir, alcançando R$ 5,62 após o anúncio das tarifas. O governo teme que essa valorização do dólar possa desencadear uma nova escalada inflacionária, afetando diretamente os preços de alimentos e combustíveis.
Impactos Econômicos
A equipe econômica do governo está atenta aos possíveis efeitos da tarifa sobre a inflação. A economista Andrea Angelo, da Warren Investimentos, aponta que o impacto inicial das tarifas de Trump pode ser desinflacionário, desde que o dólar não ultrapasse R$ 6. Isso se deve ao fato de que produtos como café, suco de laranja e carne bovina, que têm preços elevados no Brasil, poderiam ser vendidos internamente, aumentando a oferta e reduzindo a inflação.
Por outro lado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já anunciou que retaliará com uma tarifa de 50% sobre produtos dos EUA, caso Trump mantenha sua decisão. Essa retaliação pode resultar em um aumento imediato nos preços de produtos importados dos EUA, especialmente os industrializados, pressionando a inflação.
Resposta do Governo
O economista Sérgio Vale, da MB Associados, alerta que uma retaliação ampla pode forçar o Banco Central a elevar a taxa Selic novamente. Ele sugere que uma resposta mais inteligente seria uma retaliação seletiva, focando em produtos específicos ou envolvendo quebras de patentes.
O Banco Central, em carta divulgada, não mencionou as tarifas, mas reafirmou que não hesitará em ajustar a política monetária se necessário. A situação exige monitoramento constante, pois a instabilidade pode afetar o fluxo de dólares no país e, consequentemente, a economia brasileira.



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