10 de jul 2025
Sábios não compreendem o desejo crescente por liberdade sem patrão
Cresce a preferência por trabalho autônomo no Brasil, com 59% da população buscando empreender e 31% aceitando empregos informais por melhores salários.

Salão de beleza é exemplo de negócio de quem quer empreender (Foto: Freepik)
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Uma pesquisa do Datafolha indica que 59% dos brasileiros preferem trabalhar por conta própria, refletindo uma crescente valorização do empreendedorismo no país. Além disso, 31% dos entrevistados estão dispostos a aceitar empregos sem registro em troca de salários mais altos. Esses dados revelam uma mudança significativa nas preferências laborais da população.
Atualmente, o Brasil é o oitavo país mais empreendedor do mundo, com cerca de 90 milhões de empreendedores ou aspirantes a empreendedores, segundo o Sebrae. O país, que possui mais de 40 milhões de trabalhadores que consideram abrir seu próprio negócio, só fica atrás da Índia em termos de potenciais empreendedores. Essa realidade, no entanto, é frequentemente desconsiderada por parte da elite intelectual, que vê o empreendedorismo como uma distorção do capitalismo.
Desafios e Percepções
A visão crítica do empreendedorismo, especialmente entre setores progressistas, tende a associá-lo à precarização do trabalho. Essa abordagem ignora que micro e pequenas empresas são responsáveis por 80% das vagas de emprego formal no Brasil. Tal interpretação reduz a diversidade do empreendedorismo a uma visão limitada, focando apenas em trabalhos informais, como motoristas de aplicativos.
Além disso, a cultura empreendedora no Brasil é profundamente enraizada em valores como prosperidade e ascensão individual. O desejo de abrir um negócio é o terceiro item mais almejado pelos brasileiros, atrás apenas de viajar pelo Brasil e comprar a casa própria. O fenômeno do empreendedorismo é, portanto, um reflexo das transformações sociais e culturais que ocorreram nas últimas décadas.
Políticas Públicas e Apoio
Iniciativas como o programa Acredita e o trabalho do Sebrae demonstram que o apoio ao empreendedorismo transcende divisões partidárias. O empreendedor de periferia, como o jovem da favela que se formou e deseja abrir seu negócio, representa uma nova geração que busca alternativas para a precariedade. A explosão do empreendedorismo no Brasil é, em parte, resultado de políticas públicas que incentivam a formalização e o desenvolvimento de pequenos negócios.
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