22 de jul 2025
Trabalhadores de setores vulneráveis enfrentam riscos com avanço da inteligência artificial
A inteligência artificial pode eliminar até 50% dos empregos de nível inicial em cinco anos, segundo especialistas.

Quem corre mais risco com a inteligência artificial: os jovens ou os experientes? (Foto: Freepik / Divulgação)
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Quando o CEO da Amazon, Andy Jassy, afirmou que a inteligência artificial (IA) poderia resultar na redução do quadro de funcionários da empresa, ele acendeu um alerta sobre o futuro do emprego em setores tecnológicos. A declaração, feita no mês passado, ecoou preocupações já existentes, especialmente após a Microsoft anunciar a demissão de cerca de 9 mil funcionários, representando 4% de sua força de trabalho.
A discussão sobre quais trabalhadores serão mais impactados pela IA está em alta. Especialistas divergem: enquanto alguns acreditam que os profissionais iniciantes estão mais vulneráveis, outros sugerem que os trabalhadores mais experientes podem ser os mais afetados. Dario Amodei, CEO da Anthropic, previu que a IA poderia eliminar até 50% dos cargos de nível inicial nos próximos cinco anos, um cenário que se agrava com o aumento do desemprego entre recém-formados.
Impacto nos Diferentes Níveis de Experiência
Dados da ADP mostram que o emprego de pessoas com menos de dois anos de experiência em áreas de computação caiu entre 20% e 25% em 2023. Em contrapartida, o emprego de profissionais com mais de dois anos de experiência cresceu. Essa tendência se reflete também em setores como atendimento ao cliente, onde a automação tem sido crescente.
Estudos indicam que a IA pode transformar o trabalho de desenvolvedores de software de nível intermediário de maneira mais positiva do que a de iniciantes. Pesquisadores da Universidade da Califórnia e da Universidade Chapman observaram que a produtividade dos programadores intermediários aumentou com o uso de ferramentas de IA, enquanto os novatos enfrentaram dificuldades.
Demissões em Massa e o Futuro do Trabalho
Empresas como Google, Meta e Amazon têm promovido cortes significativos desde 2022, com a Microsoft demitindo tanto desenvolvedores quanto gerentes intermediários. David Furlonger, da Gartner, destacou que funções administrativas estão sendo substituídas por IA, liberando tempo para que gerentes se concentrem em orientação e mentoria.
A resistência à adoção da IA entre trabalhadores experientes pode ser um fator determinante para a perda de empregos. Gil Luria, analista do D.A. Davidson, observou que empresas estão reavaliando quem gera valor e quem se adapta à nova realidade tecnológica. A combinação de altos salários e resistência à IA coloca em risco a posição de programadores mais velhos, enquanto a demanda por profissionais iniciantes que utilizam IA tende a aumentar.
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