ETFs se destacam como ferramenta versátil para traders e investidores no mercado financeiro

Os ETFs (Exchange-Traded Funds) estão se consolidando no Brasil, embora ainda representem menos de 1% do mercado de fundos, em contraste com 30% nos Estados Unidos. Durante o evento Expert XP 2025, especialistas discutiram a evolução desses fundos, destacando a ampliação da oferta e a necessidade de educação do investidor.

O painel, que contou com Beatriz Batah (XP), Bruno Tariki (XP Asset), Eduardo Torrescasana (Itaú Asset) e Cauê Mançanares (Investo), abordou as estratégias emergentes, como operações táticas e alavancagem. "Os ETFs permitem acesso a diferentes classes de ativos com simplicidade", afirmou Torrescasana, ressaltando que esses fundos funcionam como ações, mas com a estrutura de um fundo.

Apesar do crescimento, o Brasil ainda está em fase inicial de adoção dos ETFs. Mançanares lembrou que, após a crise de 2008, a percepção sobre esses produtos mudou nos EUA, e no Brasil, essa curva de adoção está acelerada. Tariki destacou que a regulação tem facilitado a criação de produtos mais sofisticados, ampliando as opções disponíveis.

Versatilidade e Liquidez

Os ETFs oferecem flexibilidade para aplicações além da alocação de longo prazo, sendo úteis para operações táticas e arbitragem. O LFTB11, por exemplo, atrelado ao Tesouro Selic, é um exemplo de como esses fundos podem ser utilizados para alavancagem. "Rende 109% do CDI e pode ser usado como margem de garantia", explicou Mançanares.

A liquidez dos ETFs é frequentemente questionada. Torrescasana esclareceu que a liquidez percebida é apenas a ponta do iceberg, já que esses fundos são construídos sobre ativos com alta liquidez. Tariki acrescentou que a estrutura In Kind, que permite a troca de cotas por ativos, aumenta a eficiência e reduz custos de transação.

O Futuro dos ETFs

Os especialistas compartilharam suas apostas para o futuro. Tariki mencionou o GOLD11, um ETF que investe em ouro físico, como uma reserva de valor em tempos de incerteza. Torrescasana recomendou o SPXR11, que replica o S&P 500, e o B5P211, um ETF de juro real curto, como opções conservadoras. Mançanares destacou o BIZD11, que oferece 11% ao ano em dólar, como uma alternativa atraente no cenário atual.