Fundos sustentáveis crescem no segundo trimestre impulsionados pela Europa e Ásia

Após um início desafiador em 2025, o mercado global de fundos sustentáveis apresentou uma recuperação no segundo trimestre, com entradas líquidas de US$ 4,9 bilhões. Dados da Morningstar Inc. mostram que a Europa liderou essa recuperação, atraindo US$ 8,6 bilhões, enquanto os EUA continuaram a registrar saques.

No primeiro trimestre, o setor enfrentou resgates recordes de US$ 11,8 bilhões, resultado de um ambiente de volatilidade e incertezas políticas, especialmente nos EUA. Hortense Bioy, chefe de pesquisa de investimentos sustentáveis na Morningstar Sustainalytics, destacou que o cenário para fundos ESG melhorou, especialmente na Europa, onde houve uma recuperação significativa após perdas anteriores.

A Europa, que havia perdido US$ 7,3 bilhões no trimestre anterior, agora demonstra um forte interesse por investimentos sustentáveis. Em contraste, os EUA enfrentam uma realidade oposta, com saques de US$ 5,7 bilhões, marcando o 11º trimestre consecutivo de retiradas. Essa resistência política nos EUA, impulsionada por figuras do Partido Republicano e políticas do presidente Donald Trump, impacta a confiança em investimentos ESG.

Crescimento Global

Apesar das dificuldades nos EUA, Bioy observa que os fundos ESG em outras regiões, como Europa e Ásia, continuam a atrair investimentos. Até o final de junho de 2025, os ativos globais em fundos sustentáveis alcançaram cerca de US$ 3,5 trilhões, com a Europa concentrando aproximadamente US$ 3 trilhões e os EUA apenas US$ 355 bilhões.

O segundo trimestre também viu um aumento no lançamento de novos fundos ESG, com 72 novos fundos introduzidos globalmente, em comparação com 57 no trimestre anterior. A Ásia, excluindo o Japão, foi a principal responsável por essa expansão, com mais de 40 novos fundos, impulsionada por um programa de incentivos na Tailândia.

Liderança no Setor

A BlackRock Inc. permanece como a maior gestora de fundos sustentáveis, seguida por UBS Group AG e Amundi SA. Essas instituições se beneficiam da crescente demanda por investimentos que atendem aos critérios ESG, refletindo uma mudança no comportamento dos investidores em busca de práticas mais responsáveis.