Ações da Snap despencam 15% após resultados fracos do segundo trimestre

A Snap Inc. enfrentou um novo revés financeiro, com suas ações caindo 15% após a divulgação dos resultados do segundo trimestre. A empresa reportou uma receita de US$ 1,34 bilhão, abaixo das expectativas de US$ 1,35 bilhão, e um aumento na base de usuários, mas com preocupações sobre seus investimentos em inteligência artificial.

O crescimento da receita publicitária desacelerou para 4%, uma queda significativa em relação aos 9% do primeiro trimestre. O analista Andrew Boone, da Citizens, rebaixou a classificação das ações de "market outperform" para "market perform", citando o desempenho abaixo do esperado e a crescente concorrência no setor. A Snap não divulgou dados específicos sobre o engajamento na América do Norte, o que levanta preocupações sobre a retenção de usuários.

No segundo trimestre, a Snap registrou uma perda líquida de US$ 262,6 milhões, em comparação com US$ 248,6 milhões no mesmo período do ano anterior. O EBITDA ajustado foi de US$ 41 milhões, inferior aos US$ 53 milhões projetados. Para o terceiro trimestre, a empresa espera uma receita entre US$ 1,475 bilhão e US$ 1,505 bilhão, superando as estimativas de Wall Street.

Mudanças Estruturais

O CEO Evan Spiegel anunciou mudanças na estrutura organizacional da empresa, com equipes de engenharia sendo redistribuídas para apoiar diretamente as funções de negócios. A Snap também destacou que seu serviço de assinatura Snapchat+ está se aproximando de 16 milhões de usuários, um aumento de 42% em relação ao ano anterior. A receita proveniente desse serviço cresceu 64%, totalizando US$ 171 milhões no segundo trimestre.

Apesar de ter US$ 2,9 bilhões em caixa, Boone expressou preocupação sobre a capacidade da Snap de realizar investimentos significativos, especialmente em infraestrutura de inteligência artificial. As projeções indicam margens de EBITDA de apenas 8% em 2025, o que pode limitar o crescimento futuro da empresa. A situação atual da Snap reflete um cenário desafiador, com a maioria dos analistas mantendo uma visão neutra sobre suas ações.