BP revela potencial do pré-sal brasileiro com nova descoberta de petróleo

Na manhã de segunda-feira, 4 de setembro, a BP anunciou uma grande descoberta de petróleo e gás no Campo Bumerangue, na Bacia de Santos, a 404 km da costa do Rio de Janeiro. Esta é a maior descoberta da empresa em 25 anos, com uma coluna de hidrocarboneto de 500 metros em uma área de mais de 300 km². O poço foi perfurado a uma profundidade de 2.372 metros de água, atingindo um total de 5.855 metros.

A BP, que detém 100% de participação no campo, planeja realizar análises laboratoriais para avaliar as características do reservatório. Novas atividades exploratórias estão previstas, dependendo da aprovação regulatória. A empresa adquiriu o bloco Bumerangue em dezembro de 2022 durante o primeiro ciclo da Oferta Permanente de Partilha da Produção da ANP.

Impacto no Setor

A descoberta é considerada significativa por analistas da XP Investimentos, que destacam o potencial para novas descobertas no pré-sal. Após o anúncio, as ações da BP na bolsa dos Estados Unidos subiram 2,28%, enquanto os BDRs da companhia na B3 avançaram 1,85%, mesmo em um dia negativo para os preços do petróleo.

Os analistas ressaltam que a extensão da coluna de hidrocarboneto é relevante, especialmente em comparação com outros campos do pré-sal, que geralmente apresentam colunas de 200 a 300 metros. Apesar disso, a área do reservatório não é tão extensa quanto campos como Tupi, Libra ou Búzios. A XP observa que o processo de delimitação e desenvolvimento do campo pode levar anos até que a produção de petróleo comece.

Novas Explorações

Além do Campo Bumerangue, a BP iniciou a perfuração de um poço exploratório no Campo Alto de Cabo Frio Central, onde possui 50% de participação. A Petrobras é a operadora do bloco. A empresa também planeja perfurar um poço no Campo Tupinambá em 2026, que foi adquirido em leilão da ANP por R$ 7,6 milhões.

A descoberta no Bumerangue pode abrir novas oportunidades para a BP no Brasil, indicando que ainda há potencial inexplorado na Bacia de Santos. Contudo, a presença de CO2 no reservatório pode complicar a produção, aumentando os custos operacionais. A BP continuará a realizar análises para caracterizar melhor o reservatório e os fluidos encontrados.