Produtores rurais apoiam Milei e solicitam reformas econômicas urgentes

Em La Buena Moza, na província de Buenos Aires, a colheita de laranjas e soja avança, mas a insatisfação dos produtores com as reformas do presidente argentino, Javier Milei, cresce. Um ano e meio após assumir, a eliminação de impostos continua pendente, enquanto os custos de exportação permanecem elevados, conforme relata Rubén Artigues, produtor local.

Os agricultores esperavam cortes significativos nos impostos, mas as recentes reduções, como a diminuição da taxa sobre a soja de 33% para 26%, foram consideradas insuficientes. A insatisfação é palpável, especialmente com a proximidade das eleições legislativas em outubro. Artigues destaca que, apesar das dificuldades, continuam a apoiar Milei, mas pedem um plano mais robusto para aliviar a carga tributária.

Desafios do Setor

Os produtores enfrentam não apenas a alta carga tributária, mas também problemas de criminalidade e infraestrutura precária. Artigues menciona que o custo de enviar uma caixa de laranjas é 40% maior em comparação com concorrentes de outros países. Além disso, muitos agricultores estão abandonando a produção de frutas em favor da soja, que requer menos mão de obra e oferece maior segurança financeira.

Desde que Milei assumiu, as melhorias no setor agroindustrial têm sido lentas. O governo, que ampliou um empréstimo com o Fundo Monetário Internacional, reconhece a insatisfação e tenta implementar cortes tributários, mas a falta de infraestrutura continua a ser um obstáculo significativo. O presidente da Sociedade Rural de San Pedro, Raúl Vítores, enfatiza que sem estradas adequadas, o aumento da produção é inviável.

Expectativas Futuras

Os produtores valorizam algumas medidas, como a eliminação parcial do controle cambial e a redução da inflação, mas lembram que Milei prometeu eliminar os impostos sobre exportações durante sua campanha. A situação atual, com 200% de inflação, exige um equilíbrio fiscal que, segundo o presidente, condiciona a implementação de reformas mais profundas.

Enquanto isso, a expectativa é de que as exportações agroindustriais representem 58% do total em 2024, destacando a importância do setor para a economia argentina. A pressão sobre o governo aumenta à medida que os agricultores clamam por soluções que garantam a sustentabilidade e a competitividade da agroindústria no país.