Marfrig e BRF selam fusão e analistas avaliam impacto nas ações das empresas

Os acionistas da Marfrig (MRFG3) e da BRF (BRFS3) aprovaram, em assembleias no dia 5 de agosto, a incorporação total da BRF pela Marfrig. A nova empresa, chamada MBRF, terá uma receita anual combinada de R$ 152 bilhões e 38% de seu portfólio focado em produtos de valor agregado. A transação prevê a troca de 1 ação da BRF por 0,85 ação da Marfrig, consolidando a integração já iniciada com a entrada da Marfrig no controle da BRF.

A operação ainda depende da verificação de condições precedentes e da chamada “Data de Fechamento”. Acionistas que não concordaram com a incorporação poderão exercer o direito de retirada, desde que mantenham suas ações desde 15 de maio e solicitem dentro de 30 dias após a publicação das atas. A Genial Investimentos destaca que a transação pode mais que dobrar o lucro por ação (EPS) pré-operacional da Marfrig, indicando um negócio vantajoso para seus acionistas.

Análise de Mercado

A Genial manteve recomendação de compra para a Marfrig, com preço-alvo de R$ 26, enquanto a BRF recebeu classificação neutra, com preço-alvo de R$ 19,50. O Bank of America (BofA) observa que a fusão proporcionará à Marfrig uma plataforma diversificada de proteínas e estima sinergias com valor presente líquido de R$ 10 bilhões. No entanto, o BofA considera que é prematuro precificar essas sinergias, já que as ações da Marfrig estão com um prêmio de 23% em relação à JBS (BDR: JBSS32).

A alavancagem da Marfrig é significativamente maior, com uma previsão de 4 vezes Dívida Líquida/EBITDA em 2025 e 2026, em comparação com 2,2 vezes da JBS. A recomendação do BofA permanece neutra, com preço-alvo de R$ 26. A expectativa é que alguns acionistas minoritários da BRF optem pelo direito de retirada nos próximos dias, o que pode impactar a dinâmica da nova empresa.