EUA e Rússia dialogam na Turquia enquanto pressão sobre a Ucrânia aumenta

Representantes diplomáticos dos Estados Unidos e da Rússia se reuniram nesta quinta-feira na Turquia, em um esforço de aproximação entre os países. O encontro ocorre em meio à crescente pressão do presidente americano, Donald Trump, sobre a Ucrânia e seus aliados da OTAN. Trump exigiu que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assine um acordo que ceda 50% das receitas futuras da exploração de recursos minerais da Ucrânia para cobrir os pacotes de ajuda militar e financeira dos EUA, algo que Zelensky rejeita sem garantias de segurança.

Embora os detalhes da reunião em Istambul não tenham sido divulgados, este foi o segundo encontro presencial significativo entre diplomatas dos dois países, após um debate em Riad. O diálogo coincide com a visita de Zelensky à Irlanda e a recepção do premier britânico, Keir Starmer, por Trump na Casa Branca. O presidente americano tem suavizado sua postura em relação à Rússia, enquanto pressiona a União Europeia (UE) a assumir mais responsabilidades na segurança da Ucrânia.

As declarações de Trump geraram reações entre líderes europeus. O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, defendeu que a UE não foi criada para prejudicar ninguém, e Starmer alertou que um cessar-fogo sem garantias adequadas poderia permitir que a Rússia, sob Vladimir Putin, atacasse novamente a Ucrânia. Apesar das movimentações diplomáticas, as negociações entre os EUA, Moscou e Kiev ainda não resultaram em avanços concretos.

O Kremlin reafirmou que a anexação dos territórios ucranianos ocupados, como Donetsk e Kherson, "não é negociável", segundo o porta-voz Dmitri Peskov. No campo de batalha, a Rússia reportou a derrubada de 19 drones ucranianos e a morte de uma pessoa em Belgorod. Enquanto isso, Zelensky busca fortalecer laços com aliados europeus e se prepara para discutir um acordo sobre terras raras com Trump, além de participar de uma cúpula da UE em março para tratar de "garantias de segurança" para a Ucrânia.