01 de jun 2025
Ucranianos sob ocupação enfrentam repressão e resistem em meio a riscos diários
Ucranianos sob ocupação enfrentam pressão para aceitar passaportes russos e resistir a atos de militarização e repressão.
Foto:Reprodução
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Pressões e Resistência na Ucrânia Ocupada
A ocupação russa na Ucrânia, iniciada com a anexação da Crimeia em 2014 e intensificada em 2022, resultou em um quinto do território ucraniano sob controle russo. Três ucranianos, que vivem em cidades ocupadas, relataram à BBC as pressões para aceitar passaportes russos e os riscos associados à resistência.
Mavka, que reside em Melitopol, decidiu ficar na cidade após a invasão em fevereiro de 2022. Ela observou um aumento na militarização e na "Russificação" local, com escolas promovendo a conscrição e alunos usando uniformes militares. Pavlo, de Mariupol, destacou que a cidadania russa é obrigatória para acesso a trabalho e serviços essenciais. Ele mencionou que a recusa em cantar o hino russo pode levar a represálias da segurança russa.
Iryna, que vive na Crimeia, também optou por permanecer para cuidar de um familiar. Ela relatou que todas as manifestações da identidade ucraniana foram banidas, e o uso da língua ucraniana em público é perigoso. Crianças em creches são forçadas a cantar o hino russo diariamente. Iryna expressou preocupação com a nova geração, que cresce em um ambiente de violência.
Atos de Resistência
A resistência nas cidades ocupadas se manifesta em pequenos atos de desobediência. Mavka participa de um movimento feminino secreto chamado Zla Mavka, que busca lembrar aos ucranianos que não estão sozinhos. O grupo utiliza redes sociais para documentar a vida sob ocupação e realizar ações simbólicas, como a colocação de símbolos ucranianos em locais públicos.
Pavlo, que sobreviveu a um cerco em Mariupol, enfatizou que a preocupação principal é a preservação de suas casas, com muitos imóveis danificados pela guerra. Ele também mencionou que a vida na cidade gira em torno de discussões sobre propriedades e como recuperá-las.
Iryna, por sua vez, compartilhou que a atmosfera de medo é palpável, com relatos de pessoas desaparecendo após serem denunciadas. Ela descreveu um incidente em que um amigo foi interrogado pela polícia devido a falsas acusações de posse de armas.
Medos e Esperanças
Os ucranianos sob ocupação temem que um possível acordo de cessar-fogo possa resultar em uma permanência prolongada da ocupação russa. Mavka expressou que a identidade ucraniana está sendo sistematicamente apagada, e a substituição de locais por pessoas leais ao regime russo é uma preocupação constante.
Enquanto isso, Pavlo acredita que a guerra deve acabar, mesmo que isso signifique perder a chance de retornar à Ucrânia. Ele ressaltou que a vida humana é o mais importante, mas questionou as condições que poderiam ser impostas em um cessar-fogo.
Iryna lamentou o impacto da ocupação nas crianças, que são ensinadas a lutar em vez de construir a paz. Ela relatou um incidente em que uma criança atirou em seu gato com uma bala de borracha, destacando a normalização da violência entre os jovens.
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