Israel autoriza entrada controlada de tropas sírias em Sweida

Israel permite entrada de forças sírias em Sweida após novos confrontos

O governo de Israel autorizou a entrada limitada das forças de segurança da Síria na província de Sweida por 48 horas, em resposta a intensos confrontos entre beduínos sunitas e a minoria drusa. A decisão foi anunciada nesta sexta-feira, 18, após uma escalada de violência que resultou em cerca de 600 mortes desde o início dos conflitos no último domingo, 13.

As forças sírias haviam se retirado da região após um cessar-fogo, mas os confrontos recomeçaram rapidamente. Um oficial sírio, que preferiu não ser identificado, informou que a medida visa restaurar a ordem em meio à instabilidade crescente. O presidente interino da Síria, Ahmed Sharaa, ordenou a retirada das tropas para evitar um confronto direto com Israel, que recentemente bombardeou posições sírias.

Deslocamento e ajuda humanitária

A situação humanitária em Sweida é crítica, com a Agência da ONU para Refugiados relatando que cerca de 80 mil pessoas foram deslocadas devido aos conflitos. Adam Abdelmoula, Coordenador Residente da ONU na Síria, destacou a dificuldade em fornecer serviços essenciais, como água e eletricidade, devido à insegurança e bloqueios nas rotas de entrega.

A Organização Mundial da Saúde conseguiu enviar suprimentos para a província de Daraa, mas Sweida permanece inacessível. Abdelmoula afirmou que, assim que as condições permitirem, uma missão será enviada para avaliar as necessidades da população local.

Intervenção israelense e divisões drusas

Israel decidiu intervir em defesa da minoria drusa na Síria, dada a proximidade cultural e religiosa com a comunidade drusa israelense. A intervenção visa também afastar militantes de facções terroristas da fronteira israelense. A comunidade drusa, que conta com cerca de 1 milhão de fiéis na Síria, Líbano e Israel, está dividida sobre o apoio israelense. Enquanto os drusos israelenses pedem mais ação de Tel-Aviv, os drusos libaneses rejeitam a intervenção.

Os confrontos começaram quando beduínos sunitas atacaram um homem druso, levando a uma série de retaliações. A situação continua tensa, com as forças de segurança sírias sendo vistas como aliadas dos beduínos, complicando ainda mais o cenário na província.