China cria grupo de governança da IA avaliado em US$ 4,8 trilhões em disputa com os EUA

A China lançou a Organização Mundial de Cooperação em IA, uma iniciativa que visa estabelecer diretrizes globais para a inteligência artificial (IA) e ampliar sua influência, especialmente entre países em desenvolvimento. O anúncio ocorreu durante a Conferência Mundial de Inteligência Artificial, realizada em julho em Xangai, com a presença de representantes de mais de 70 países.

A nova organização, que terá sede em Xangai, busca criar normas técnicas, éticas e de segurança para o uso da IA. O premiê chinês, Li Qiang, criticou o que chamou de "monopólio da IA" e defendeu uma governança multilateral. A proposta se insere na estratégia da China de retomar a Rota da Seda Digital, oferecendo tecnologia e infraestrutura para aumentar sua influência global.

Entre os países convidados a participar da nova entidade estão Etiópia, Paquistão, Cuba, Indonésia e Rússia, além de representantes da União Europeia. A ausência dos Estados Unidos no evento é notável, especialmente em um momento em que o país busca manter sua liderança em IA. O presidente Donald Trump afirmou que os EUA "farão tudo o que for preciso" para combater a influência chinesa em fóruns internacionais.

A criação da Organização Mundial de Cooperação em IA ocorre em um contexto onde empresas chinesas investem em modelos de IA de código aberto, como os desenvolvidos pela Deepseek, Moonshot e Alibaba. Essa estratégia visa democratizar o acesso à tecnologia em países com infraestrutura limitada, oferecendo alternativas aos modelos fechados das grandes empresas americanas.

O Ministério das Relações Exteriores da China indicou que os detalhes da nova organização serão definidos em conjunto com os países participantes. A governança da IA se tornou um campo de disputa crucial entre potências globais, não apenas pela relevância econômica, mas também por seu impacto em defesa, segurança e geopolítica digital.