Fentanil: a droga que impulsiona tarifas de Trump contra México, Canadá e China

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou o trânsito ilegal de migrantes e drogas, especialmente o fentanil, como uma emergência nacional. Ele anunciou tarifas de 25% sobre produtos do México e do Canadá e de 10% sobre a China, visando pressionar esses países a interromper o fluxo da substância, que é 50 vezes mais potente que a heroína. O fentanil, um opioide sintético, tem causado um aumento significativo nas mortes por overdose nos EUA, com mais de 89 mil mortes registradas em 2022, segundo dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

O México é apontado como o principal produtor de fentanil, com laboratórios improvisados que abastecem o mercado americano. O cartel de Sinaloa é o maior responsável pela produção, seguido pelo cartel de Jalisco. Em resposta às tarifas, a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, comprometeu-se a reforçar a segurança na fronteira com 10 mil membros da Guarda Nacional para combater o tráfico de drogas. O Canadá também intensificou suas ações, investindo US$ 900 milhões em segurança nas fronteiras e listando os cartéis mexicanos como organizações terroristas.

A China, que já implementou restrições à produção de fentanil, é acusada de não controlar adequadamente a venda de precursores químicos utilizados na fabricação da droga. O governo Biden tem buscado novas regulamentações, mas a eficácia dessas medidas é questionada, uma vez que os fabricantes frequentemente encontram formas de contornar as regras. Pequim, por sua vez, defende que os EUA estão tentando desviar a atenção de suas próprias falhas no combate à crise das drogas.

O fentanil, que pode ser administrado de várias formas, incluindo injeções e adesivos, é considerado seguro quando usado corretamente na medicina. No entanto, seu uso ilegal tem gerado uma epidemia de dependência e overdose nos EUA. O CDC relatou que as mortes por overdose envolvendo fentanil aumentaram drasticamente, com 100 mil mortes em 2021. Em resposta, a FDA liberou a venda do spray nasal de naloxona, um antídoto para overdoses, como parte de uma estratégia para mitigar a crise.