08 de fev 2025
Batalha urbana em Recife expõe falhas nas medidas de segurança contra torcidas organizadas
Confrontos entre torcidas do Sport e Santa Cruz em Recife resultaram em feridos. Justiça revogou proibição de torcedores, permitindo torcida única em clássicos. Especialistas afirmam que a violência é estrutural, exigindo medidas rigorosas. Falta de identificação e punição de infratores é uma falha crítica a ser corrigida. Comparações com o Reino Unido mostram que soluções eficazes são necessárias.
Foto:Reprodução
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No último sábado, 1º de fevereiro de 2024, a região metropolitana do Recife foi palco de confrontos violentos entre torcedores das equipes Sport e Santa Cruz, resultando em pelo menos 13 feridos e 14 presos. Os embates ocorreram em diversos bairros, com cenas de espancamentos e depredação amplamente divulgadas nas redes sociais. Em resposta, o governo de Pernambuco decidiu proibir a presença de torcedores nos cinco jogos seguintes das duas equipes, medida que foi posteriormente derrubada pela Justiça, que optou pela adoção da torcida única nos clássicos.
O promotor de Justiça Paulo Castilho, responsável pela implementação da torcida única em São Paulo, afirmou que o episódio em Recife não é isolado, mas sim um reflexo de um problema estrutural de segurança pública. Ele destacou que a falta de um sistema unificado de controle de torcedores permite que indivíduos envolvidos em atos violentos continuem frequentando jogos em outros locais sem serem barrados. Castilho acredita que, embora a torcida única tenha reduzido a violência em 95% a 97% nos clássicos paulistas, ela não é uma solução definitiva.
A discussão sobre a responsabilidade dos clubes e federações também foi abordada. Castilho defendeu que essas entidades devem ser responsabilizadas pela violência, uma vez que muitas ainda apoiam torcidas organizadas que têm histórico de atos violentos. Ele ressaltou a necessidade de um sistema de identificação rigoroso e punições severas para os infratores, semelhante ao que ocorre na Europa, onde torcedores banidos não conseguem acessar os estádios.
Por fim, Castilho enfatizou a importância de um plano nacional de combate à violência nos estádios, que não dependa de mudanças políticas. Ele argumentou que o Brasil precisa de um comprometimento sério para aplicar as leis existentes e implementar medidas eficazes, ao invés de soluções temporárias que não resolvem o problema a longo prazo.
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