24 de fev 2025
França inicia julgamento de médico acusado de abusar sexualmente de 299 vítimas
Joël Le Scouarnec, cirurgião de 74 anos, enfrenta julgamento por 299 crimes. O advogado admite responsabilidade por muitos atos, que incluem crianças como vítimas. O julgamento, que começa em 24 de outubro, pode durar quatro meses. Le Scouarnec já cumpre 15 anos de prisão por crimes anteriores desde 2020. O caso levanta críticas ao sistema de saúde francês por permitir sua atuação.
Foto:Reprodução
Ouvir a notícia:
França inicia julgamento de médico acusado de abusar sexualmente de 299 vítimas
Ouvir a notícia
França inicia julgamento de médico acusado de abusar sexualmente de 299 vítimas - França inicia julgamento de médico acusado de abusar sexualmente de 299 vítimas
O cirurgião Joël Le Scouarnec inicia seu julgamento nesta segunda-feira, 24 de fevereiro de 2024, em um caso que é considerado o maior escândalo sexual da França. Com 74 anos, ele é acusado de violentação de 299 pessoas, a maioria crianças, com uma média de idade de 11 anos na época dos crimes. O julgamento ocorrerá no tribunal criminal de Morbihan, em Vannes, e deve durar quatro meses. Caso seja condenado, Le Scouarnec pode enfrentar até 20 anos de prisão, que se somariam aos 15 anos que já cumpre por crimes anteriores.
As investigações começaram em 2017, quando a polícia revistou a casa do médico após uma denúncia de abuso contra uma vizinha de apenas 6 anos. Durante a busca, foram encontrados diários eletrônicos que detalhavam anos de abuso, além de bonecas sexuais e pornografia infantil. Em 2020, Le Scouarnec foi condenado por violentar a vizinha, duas sobrinhas e uma paciente de 4 anos. As novas acusações incluem estupro agravado e agressão sexual contra 158 homens e 141 mulheres, muitas das quais estavam anestesiadas durante os crimes.
O advogado de Le Scouarnec, Maxime Tessier, afirmou que o réu admite responsabilidade pela maioria dos atos. Apesar de seu histórico criminal, que inclui uma pena suspensa em 2005 por posse de pornografia infantil, ele continuou a trabalhar como cirurgião em hospitais públicos até 2017. O comportamento suspeito do médico foi relatado a gerentes do hospital em 2006, mas ele permaneceu em atividade, levantando críticas sobre a eficácia do sistema de saúde público francês em proteger pacientes vulneráveis.
As vítimas, mesmo sob efeito de medicamentos durante os abusos, apresentaram sintomas de estresse pós-traumático, conforme psiquiatras mencionados nos documentos judiciais. O caso de Le Scouarnec não apenas expõe a gravidade dos crimes cometidos, mas também intensifica o debate sobre a segurança e a supervisão dentro do sistema de saúde na França.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.