Gleisi e Edinho buscam unidade no PT após intensas disputas internas

Na segunda-feira, após intensos conflitos internos, Gleisi Hoffmann e Edinho Silva concordaram em dialogar com seus grupos para buscar uma unidade no PT. O encontro na casa de Gleisi, na quinta-feira anterior, elevou a tensão entre os membros do partido e pode ter sido a última tentativa da ex-presidente do PT de barrar a candidatura de Edinho. No dia seguinte, Gleisi passou o cargo de presidente para o senador Humberto Costa, que assumirá interinamente até as eleições de julho. Um ministro próximo a Lula comentou: “Gleisi agora é ministra. Ela não pode estar em uma posição importante no palácio e trabalhar contra o candidato de Lula à presidência do PT.”

Humberto Costa e Gleisi Hoffmann realizaram reuniões separadas com Edinho Silva, o candidato de Lula para liderar o partido. Durante os encontros, Edinho ouviu críticas de Gleisi sobre sua condução da campanha e sua resistência em incluir membros da atual direção. Gleisi também abordou as suspeitas sobre o uso do fundo partidário e eleitoral, defendendo a transparência dos recursos no portal do TSE. Em resposta a críticas, ela afirmou que os ataques a Gleide Andrade, tesoureira do PT, são “ataques misóginos cobertos por um anonimato covarde”.

A reunião de quinta-feira entre Lula e a corrente majoritária do PT, a CNB, resultou em um clima tenso, com Edinho sendo criticado por aliados. Gleide, presente na reunião, foi vista como um alvo de uma estratégia da atual direção para manter o controle dos recursos do partido, o que Gleisi negou. Apesar das tensões, interlocutores das reuniões perceberam avanços nas conversas e não descartam uma possível composição em torno da candidatura de Edinho Silva.