14 de jul 2025
Europa enfrenta dilema entre fortalecer sua indústria militar ou depender dos EUA
Europa destina quase 14 trilhões de euros para investimentos militares, buscando autonomia em defesa diante da ameaça russa.

Aeronave F-35 da Força Aérea americana exibida em feira de Bengaluru, na Índia, em 12 de fevereiro de 2025. (Foto: Aijaz Rahi/AP)
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Os países europeus decidiram aumentar seus investimentos militares em quase 14 trilhões de euros (US$ 16 trilhões) na próxima década, em resposta à crescente ameaça da Rússia e à necessidade de fortalecer sua segurança. Durante a cúpula da OTAN, os líderes europeus debateram se devem priorizar a construção de uma indústria de defesa própria ou continuar a depender da tecnologia militar dos Estados Unidos, como o jato F-35.
A dependência da Europa em relação a equipamentos militares americanos, como os sistemas de defesa Patriot e drones avançados, levanta preocupações sobre a capacidade do continente de se defender de forma autônoma. Oficiais europeus estão adotando uma abordagem mista, estabelecendo limites para gastos com armamentos dos EUA, enquanto buscam desenvolver suas próprias capacidades. Um programa de financiamento da UE, com um orçamento de 150 bilhões de euros (US$ 173 bilhões), visa impulsionar a aquisição conjunta de equipamentos.
O debate sobre a estratégia de defesa se intensificou à medida que os Estados Unidos diminuem seu apoio à Ucrânia. A administração do presidente Donald Trump anunciou a suspensão de envios de armas, o que levou os aliados europeus a intensificarem seus esforços. Os países concordaram em destinar 3,5% da renda nacional anual para investimentos militares, além de 1,5% para projetos relevantes.
Desafios e Oportunidades
Duas visões emergem nesse contexto: uma que defende a construção de uma indústria de defesa europeia e outra que prioriza a aquisição imediata de tecnologia americana. A Polônia, por exemplo, argumenta que é possível conciliar as duas abordagens, comprando armamentos dos EUA enquanto investe em capacidades locais. Radoslaw Sikorski, ministro das Relações Exteriores da Polônia, enfatiza a necessidade de uma indústria de defesa aprimorada para garantir a autonomia da Europa.
Enquanto isso, a dependência da tecnologia americana continua a ser uma preocupação. Especialistas alertam que a Europa deve se esforçar para reduzir essa dependência, especialmente em um cenário de incertezas políticas nos EUA. Guntram Wolff, do think tank Bruegel, acredita que, embora a transição não seja rápida, os países europeus podem avançar significativamente nos próximos anos.
A cúpula da OTAN e as decisões tomadas refletem a urgência de garantir uma defesa robusta e autônoma para a Europa, em um momento em que a segurança do continente está em jogo.
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