Bolsonaro se declara perseguido após ser acusado de liderar golpe no Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou ser alvo de um "cerco sem precedentes" após a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitar sua condenação por suposta participação em uma trama golpista. Em postagem nas redes sociais, Bolsonaro descreveu a situação como uma "perseguição implacável", comparando-a à investigação do caso Adélio Bispo, que o esfaqueou em 2018.

Na manifestação, Bolsonaro criticou a condução do caso e mencionou que enfrentou "pesca probatória, quebra de sigilo, buscas e apreensões" sem evidências concretas. Ele também negou a elaboração de um plano denominado "Punhal Verde e Amarelo", que supostamente visava assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Acusações da PGR

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a condenação de Bolsonaro e de outros sete réus, afirmando que as "evidências são claras" sobre a atuação sistemática do ex-presidente para incitar a insurreição e desestabilizar o Estado Democrático de Direito. Gonet destacou que as ações de Bolsonaro foram além de uma simples resistência à derrota eleitoral, configurando uma articulação consciente para promover a violência e o golpe.

O procurador também mencionou que Bolsonaro foi o "principal coordenador da disseminação de notícias falsas", utilizando a estrutura do governo para subverter a ordem democrática. A manifestação da PGR, com mais de 500 páginas, foi encaminhada ao STF e reforça as denúncias apresentadas anteriormente.

Repercussão e Contexto

A situação de Bolsonaro ocorre em um contexto de crescente tensão política no Brasil, onde investigações sobre sua conduta durante e após o mandato continuam a avançar. O ex-presidente, que já enfrenta diversas acusações, agora se vê no centro de um caso que pode ter implicações significativas para sua carreira política e sua liberdade.