Presidência gasta mais de R$ 55 milhões com cartão corporativo em um ano

O Tribunal de Contas da União (TCU) revelou que 99,55% dos gastos da Presidência da República com cartões corporativos na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva são sigilosos. Desde janeiro de 2023, os gastos totalizam R$ 55,5 milhões, o que levanta preocupações sobre a transparência na administração pública.

Os dados, obtidos por meio de um monitoramento contínuo do TCU, indicam que apenas uma fração das despesas é divulgada, dificultando o controle social. O relatório destaca que, entre janeiro de 2023 e abril de 2025, a Vice-Presidência gastou R$ 394 mil, com 92% das despesas também classificadas como sigilosas.

Falta de Transparência

A falta de clareza nos gastos já havia sido uma crítica recorrente durante gestões anteriores. O TCU apontou que a Presidência não cumpriu obrigações de divulgar mensalmente despesas com alimentação, hospedagem e locação de veículos. De janeiro de 2023 a setembro de 2024, esses gastos somaram R$ 7,7 milhões, mas não foram detalhados, resultando em advertências do tribunal.

Além disso, o TCU observou que no Portal da Transparência, um gasto de R$ 35 mil em um posto de gasolina em São Paulo não possui nota fiscal ou detalhamento, levantando suspeitas sobre a regularidade da despesa. O tribunal já havia alertado que a opacidade nos gastos não é uma exclusividade da atual gestão, já que na administração de Jair Bolsonaro, os gastos sigilosos também superaram 98%.

Prazo para Melhorias

Diante desse cenário, o TCU estabeleceu um prazo de 120 dias para que a Presidência adote medidas que aumentem a transparência das informações. O tribunal enfatiza que, durante o mandato, as despesas não sigilosas devem ser publicadas imediatamente e de forma detalhada. Para os gastos sigilosos, a publicação deve ocorrer mensalmente, com um resumo dos valores.

A pressão por maior transparência se intensifica, especialmente em um contexto onde os gastos com viagens e diárias para servidores da comitiva presidencial são frequentemente questionados. A expectativa é que o governo atenda às recomendações do TCU para evitar novos desgastes e garantir a prestação de contas à sociedade.