Senado dos EUA aprova cortes de US$ 9 bilhões em ajuda externa e mídia pública

O Senado dos EUA aprovou um projeto de lei que prevê cortes de US$ 9 bilhões em fundos previamente autorizados, afetando áreas como a radiodifusão pública e a ajuda externa. O voto, realizado na madrugada de quinta-feira, foi de 51 a 48 e ocorreu após uma longa sessão de votação. O projeto agora retorna à Câmara dos Representantes, onde seu futuro é incerto.

Esse projeto, conhecido como pacote de rescisões, permite que o Congresso recupere verbas já aprovadas. A medida é parte de um esforço mais amplo para reduzir os gastos federais sob a administração do presidente Donald Trump. O líder da maioria no Senado, John Thune, destacou que essa é uma "pequena, mas importante" ação em direção à sanidade fiscal.

Os senadores enfrentaram divergências em relação a uma proposta da Câmara que incluía cortes de aproximadamente US$ 400 milhões no programa Pepfar, voltado para o combate ao HIV/Aids. Após negociações, os republicanos conseguiram uma maioria ao manter o financiamento do programa no orçamento. No entanto, outras emendas que buscavam preservar os níveis de ajuda internacional e o financiamento da radiodifusão pública foram rejeitadas.

O projeto aprovado ainda prevê cortes significativos, com cerca de US$ 8 bilhões destinados a diversos programas de ajuda, incluindo iniciativas de saúde global sob a USAID. Além disso, mais de US$ 1 bilhão será cortado da Corporação para a Radiodifusão Pública, o que pode impactar desproporcionalmente as estações de rádio que atendem comunidades rurais. A senadora Lisa Murkowski, do Alasca, foi uma das duas republicanas a se opor ao projeto, citando os cortes à radiodifusão pública como uma das razões.

Agora, a proposta segue para a Câmara, onde o caminho é incerto, especialmente após a redução de US$ 400 milhões nos cortes propostos. O presidente da Câmara, Mike Johnson, expressou a expectativa de que o projeto fosse aprovado sem alterações, ressaltando a necessidade de um consenso entre as duas casas do Congresso antes que o pacote expire na sexta-feira.