17 de jul 2025
Ultradireita transforma Torre Pacheco em cenário para suas campanhas políticas
Mobilização da ultradireita em Torre Pacheco falha em atrair participantes e gera tensão com jornalistas durante o evento.

O agitador Vito Quiles (no centro da imagem, olhando para a direita) em Torre Pacheco, nesta terça-feira. (Foto: ALFONSO DURAN | Vídeo: EPV)
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Na noite de terça-feira, Torre Pacheco, na Espanha, foi palco de uma mobilização da ultradireita que prometia ser massiva, mas acabou atraindo apenas um pequeno número de participantes. O evento, que visava protestar contra a imigração irregular e em favor da "segurança dos vizinhos", foi marcado pela presença de influenciadores que buscavam visibilidade nas redes sociais.
A cidade, que recentemente se tornou um foco de tensão xenofóbica, especialmente após uma agressão a um residente de origem marroquina, viu a expectativa de uma grande manifestação se dissipar. Na manhã seguinte, a rotina local seguia normalmente, com comerciantes e moradores de origem marroquina realizando suas atividades diárias, como se a ameaça da noite anterior não tivesse ocorrido.
A concentração, que deveria ser um ato de força da ultradireita, transformou-se em um espetáculo midiático. Influenciadores de diversas plataformas, como TikTok e YouTube, se reuniram sem um lema claro, focando mais em se promover do que em representar a comunidade local. Enquanto isso, a população de origem magrebina, que vive em bairros como San Antonio, continuava a sentir o medo da xenofobia, escondendo-se durante a noite.
A Mobilização e Seus Desdobramentos
A mobilização contou com a presença de figuras conhecidas da extrema direita, como Daniel Esteve, líder da empresa Desokupa. No entanto, a manifestação não teve o impacto esperado. A praça do município permaneceu vazia, e a maioria dos moradores não se identificou com as mensagens de ódio que ecoavam entre os poucos participantes.
Durante o evento, a tensão aumentou quando um grupo de ultradireitistas começou a hostilizar jornalistas, como a repórter da TVE, Esther Yáñez, que foi perseguida enquanto tentava cobrir a situação. A presença policial foi reforçada, mas não impediu que a situação se tornasse caótica, com insultos e agressões verbais sendo direcionados aos profissionais de imprensa.
À medida que a noite avançava, a manifestação se transformou em uma crítica ao governo nacional, com gritos contra o presidente Pedro Sánchez. A expectativa de um protesto contra a imigração se desfez em uma festa de retórica política, onde a segurança da comunidade local ficou em segundo plano. A realidade de Torre Pacheco, marcada pela diversidade, contrastou com a narrativa promovida pelos ultradireitistas, revelando a complexidade da situação social na região.
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