Atlético-MG enfrenta racismo em partida na Colômbia contra Caio Paulista

O lateral-esquerdo Caio Paulista, do Atlético Mineiro, foi alvo de racismo durante a partida contra o Atlético Bucaramanga, na noite de quinta-feira (17), pela Copa Sul-Americana. O incidente ocorreu quando os jogadores se dirigiam aos vestiários no intervalo do jogo, realizado no estádio Américo Montanini, na Colômbia. Um torcedor foi flagrado fazendo ofensas racistas ao atleta, resultando em sua prisão imediata.

O Atlético Mineiro emitiu uma nota expressando sua indignação. "Essa situação é revoltante e precisa acabar de uma vez por todas! Até quando teremos que conviver com esse absurdo?", questionou o clube. O diretor de futebol, Victor Bagy, destacou que a Conmebol deve adotar punições mais severas para coibir esses atos, afirmando que a falta de medidas rigorosas contribui para a continuidade do racismo no futebol.

A Conmebol confirmou que o caso está sob investigação, o que pode levar à abertura de um processo disciplinar. A entidade tem enfrentado críticas por suas punições consideradas brandas em casos de racismo. Em junho, a confederação aplicou uma multa de US$ 15 mil ao jogador Damián Bobadilla, do São Paulo, por xenofobia. O presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, já havia gerado polêmica anteriormente ao minimizar a gravidade de casos de racismo.

Medidas e Consequências

A Fifa também se manifestou, impondo sanções mais rigorosas contra o racismo, com multas que podem chegar a 5 milhões de francos suíços. O diretor executivo do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Marcelo Carvalho, acredita que a conscientização e a implementação de tecnologia, como o reconhecimento facial em estádios, podem ajudar a reduzir os casos de racismo.

O jogo terminou com a vitória do Atlético Mineiro por 1 a 0, com um gol de pênalti marcado por Hulk. A partida de volta está agendada para a próxima quinta-feira (24), na Arena MRV, em Belo Horizonte. O vencedor enfrentará o Godoy Cruz nas oitavas de final da competição.