21 de jul 2025
Pará enfrenta crise com falta de exames e estradas em cidade esquecida pelas emendas
Oeiras do Pará clama por investimentos urgentes em saúde e infraestrutura, enquanto emendas são desigualmente distribuídas entre municípios.

Palafita em Oeiras do Pará. Cidade foi uma das mais negligenciadas pelo Congresso na distribuição de emendas (Foto: Cristivam Alves/Acervo pessoal)
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Oeiras do Pará enfrenta sérios desafios em infraestrutura e saúde, com 84% da população dependente do programa Bolsa Família. A prefeita Gilma Ribeiro destaca a urgência de equipamentos médicos portáteis, como raio-X e ultrassom, para a Unidade Básica de Saúde flutuante. A cidade, com 33 mil habitantes, já decretou estado de emergência duas vezes nos últimos dois anos devido à precariedade dos serviços.
A situação é agravada por surtos de malária, que já registraram 800 casos em 2023. A falta de estradas pavimentadas dificulta o acesso a serviços básicos e a escoamento da produção agrícola, levando os agricultores a venderem seus produtos a preços irrisórios. O município recebeu apenas R$ 4,5 milhões em emendas nos últimos cinco anos, enquanto, se a distribuição fosse justa, deveria ter recebido R$ 44 milhões.
Desigualdade na Distribuição de Emendas
Em contraste, municípios como Iracema (RR) e Zé Doca (MA) têm recebido emendas desproporcionais. Iracema, com menos de um terço da população de Oeiras, acumulou R$ 159 milhões em emendas desde 2020, resultando em R$ 15.900 por habitante. Enquanto isso, Zé Doca, governada por uma família com forte influência política, recebeu R$ 120 milhões no mesmo período, levantando suspeitas sobre a destinação dos recursos.
A prefeita de Monção (MA), Daerlio Barros, também enfrenta dificuldades semelhantes a Oeiras, com 65% da população na zona rural e problemas de saúde e infraestrutura. A cidade, que recebeu apenas R$ 13 milhões em emendas, clama por investimentos em estradas e água tratada, essenciais para a saúde da população.
A Influência da Articulação Política
A escassez de recursos em municípios como Oeiras e Monção é atribuída à falta de articulação política. Prefeitos de cidades negligenciadas afirmam que a presença de um "padrinho" político é crucial para garantir verbas. A prefeita de Canarana (BA), Marleide Oliveira, exemplifica essa realidade, destacando que sua cidade, com 24 mil habitantes, recebeu apenas R$ 6,5 milhões em emendas, enquanto municípios vizinhos obtiveram quantias muito superiores.
A situação em Oeiras do Pará ilustra a disparidade na distribuição de recursos públicos, evidenciando a necessidade urgente de uma reavaliação nos critérios de alocação de emendas, priorizando as cidades que realmente necessitam de apoio.
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