Guzmán perde poder na região do Chapo após reviravoltas no tráfico de drogas

Conflito no Cártel de Sinaloa

O Cártel de Sinaloa, tradicionalmente dominado pela família Guzmán, enfrenta uma intensa guerra interna. Recentemente, a facção da família Zambada assumiu o controle de Badiraguato, um bastião histórico do cartel, desencadeando uma onda de violência e purgas.

Enquanto o secretário de Segurança e Proteção Cidadã, Omar García Harfuch, afirmava que o cartel estava enfraquecido, a realidade no terreno contradiz essa declaração. A expansão da facção Zambada na região é marcada por bloqueios, confrontos e a instalação de novos grupos armados. Moradores relatam a presença de homens armados em motocicletas e grafites que anunciam a chegada de novos grupos criminosos, diferentes dos que antes dominavam a área.

Desde a detenção de Ismael Zambada García, conhecido como ‘El Mayo’, em julho, após um sequestro orquestrado por Joaquín Guzmán López, filho de El Chapo, a rivalidade entre as famílias Guzmán e Zambada se intensificou. O conflito resultou em mais de 1.600 assassinatos e quase 2.000 desaparecimentos em Sinaloa, com a disputa centralizada entre os filhos de El Chapo e o filho de El Mayo, Ismael Zambada Sicairos, também conhecido como Mayito Flaco.

A Nova Realidade em Badiraguato

A situação em Badiraguato reflete uma transformação significativa no cenário do narcotráfico. A região, que já foi um centro de cultivo de amapola e maconha, agora enfrenta a imposição de novas regras por parte dos grupos armados. Proibições como a de gravar ou denunciar são comuns, e os novos líderes se identificam com grafites marcados com as letras MF.

O município, que historicamente foi o berço de figuras notórias do narcotráfico, como Rafael Caro Quintero e Ernesto Fonseca Carrillo, agora se vê em meio a um conflito que se espalha por 20 municípios de Sinaloa. A violência e a instabilidade na região têm gerado um clima de medo entre os moradores, que observam a mudança de poder sem poder intervir.

A narrativa do narcotráfico em Sinaloa é marcada por uma evolução constante, onde as famílias que antes cultivavam drogas agora se veem em meio a uma guerra pelo controle de um mercado que se transforma rapidamente. A luta pelo domínio territorial e a adaptação às novas dinâmicas do tráfico de drogas sintéticas são desafios que moldam o presente e o futuro da região.