22 de jul 2025
Juristas defendem legalidade de decisão de Moraes, mas criticam falta de clareza
Bolsonaro deve esclarecer declarações em 24 horas ou pode ser preso, enquanto juristas debatem a legalidade das restrições impostas.

O ex-presidente Jair Bolsonaro mostra para os jornalistas a tornozeleira eletrônica, que foi colocada por ordem do ministro Alexandre de Morais, na saída da Câmara dos Deputados após reunião com a liderança do PL (Foto: Wilton Junior/Estadão)
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Jair Bolsonaro foi intimado pelo ministro Alexandre de Moraes a prestar esclarecimentos em 24 horas sobre declarações feitas a jornalistas, sob pena de prisão. A intimação ocorreu após o ex-presidente exibir sua tornozeleira eletrônica e criticar sua situação, o que reacendeu debates sobre a legalidade das restrições impostas.
As medidas cautelares contra Bolsonaro incluem o uso de tornozeleira eletrônica, toque de recolher noturno e fins de semana, proibição de contato com seus filhos e outros investigados, além da vedação ao uso de redes sociais. Moraes argumenta que a exibição da tornozeleira e as declarações de Bolsonaro configuram uma tentativa de burlar a proibição.
A decisão gerou críticas entre juristas, que apontam a falta de critérios claros nas restrições. O criminalista Marcelo Crespo destaca que a interpretação extensiva da proibição pode levar a responsabilizações sem base concreta. Ele questiona se a proibição se estende a conteúdos veiculados por veículos de imprensa.
Críticas e Implicações Jurídicas
David Metzker, advogado criminalista, ressalta que, para responsabilizar Bolsonaro por postagens de terceiros, é necessário comprovar um vínculo causal direto. A falta de clareza na decisão pode gerar insegurança jurídica, especialmente em relação a manifestações públicas de um ex-presidente.
Por outro lado, Marco Aurélio Carvalho, advogado e coordenador do grupo Prerrogativas, defende a decisão de Moraes, afirmando que Bolsonaro agiu de forma consciente ao fazer declarações que poderiam ser rapidamente replicadas nas redes sociais. Apesar das divergências, juristas concordam que a conversão em prisão preventiva não deve ser feita de ofício, mas sim após provocação formal da Procuradoria-Geral da República.
A defesa de Bolsonaro argumenta que a proibição de entrevistas implica que o ex-presidente não pode concedê-las, pois não tem controle sobre a divulgação. Os advogados pedem que Moraes esclareça os termos da decisão e se a vedação se estende a entrevistas, destacando que a replicação de declarações por terceiros é uma dinâmica comum nas redes sociais.




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