24 de jul 2025
Organização denuncia uso excessivo da força pela polícia do Quênia em protestos fatais
Relatório da Ipoa revela que ações policiais em protestos no Quênia resultaram em 65 mortes e 342 feridos, gerando críticas a abusos de força.

Quarenta e uma pessoas morreram e mais de 140 civis - como esta pessoa em Nairóbi - e 70 policiais ficaram feridos durante os protestos de 7 de julho. (Foto: EPA)
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A Independent Policing Oversight Authority (Ipoa) do Quênia divulgou um relatório que acusa a polícia de uso excessivo da força durante uma série de protestos que resultaram em 65 mortes. As manifestações, que ocorreram nas últimas seis semanas, foram motivadas por brutalidade policial e descontentamento com políticas do governo.
O documento destaca que a maioria das mortes está ligada a ações policiais e menciona a presença de "goons", indivíduos que infiltraram os protestos e comprometeram a natureza pacífica das manifestações. O primeiro protesto significativo ocorreu em 12 de junho, após a morte do professor e blogueiro Albert Ojwang em custódia policial. Desde então, três policiais foram acusados de homicídio.
Em 17 de junho, um segundo protesto resultou na morte do vendedor de rua Boniface Kariuki, atingido por um tiro à queima-roupa. Um policial também foi responsabilizado por esse caso. O relatório da Ipoa indica que, em 23 de junho, 23 pessoas morreram em várias partes do país, enquanto o dia 7 de julho foi marcado pelo maior número de fatalidades, com 41 mortos.
Resposta do Governo
Após os eventos de 7 de julho, o presidente William Ruto ordenou que a polícia atirasse nas pernas de manifestantes que atacassem propriedades, garantindo que não fossem mortos. Ele afirmou que "qualquer um pego queimando propriedade deve ser incapacitado, mas não morto". O ministro do Interior, Kipchumba Murkomen, negou o uso de força excessiva, caracterizando os protestos como uma tentativa de terrorismo disfarçado de dissidência.
Grupos de direitos humanos criticaram a resposta do governo, acusando as autoridades de permitir e, em alguns casos, incentivar o uso de força letal contra os manifestantes. O relatório da Ipoa também documentou 342 feridos entre civis e 171 entre policiais, além de casos de saques e vandalismo.
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