Trump prioriza interesses econômicos e Brasil deve manter negociações, afirma ex-embaixador
Brasil busca negociações urgentes para reduzir tarifas de 50% impostas pelos EUA, visando proteger exportações e setor privado

O ex-embaixador Rubens Barbosa em audiência no Senado, em 8 de dezembro de 2016. (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
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O governo brasileiro enfrenta um desafio significativo com a imposição de tarifas de 50% pelos Estados Unidos sobre importações do Brasil. Essa medida, que inclui quase 700 itens isentos, impacta diretamente as exportações brasileiras, que totalizaram 42,3 bilhões de dólares em 2024, segundo dados da Câmara de Comércio para o Brasil.
Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Washington, ressalta que a motivação para essas tarifas é predominantemente comercial, embora também haja um componente político. Ele defende que o Brasil deve focar em negociações pragmáticas para reduzir os custos sobre o setor privado, especialmente em produtos não isentos, como café e carnes. A lista de exceções, que abrange cerca de 43,4% das exportações, demonstra que o interesse econômico dos EUA também está em jogo.
A recente ordem executiva de Donald Trump, que reforçou as tarifas, coincide com críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, mas Barbosa argumenta que o Brasil não deve se deixar paralisar por questões políticas. Ele observa que países como China e Vietnã têm conseguido negociar com os EUA, apesar de suas diferenças ideológicas.
Estratégias de Negociação
Barbosa sugere que o governo brasileiro deve continuar a buscar a redução das tarifas para 15% ou 20%, minimizando o impacto sobre a indústria e o agronegócio. Ele destaca a importância de um programa emergencial para apoiar as empresas afetadas. A pressão de empresas americanas, como a Johanna Foods, que contestou judicialmente a tarifa sobre suco de laranja, exemplifica a necessidade de diálogo constante.
Além disso, especialistas como Lia Valls e Fernando Ribeiro enfatizam que o Brasil deve se concentrar em produtos estratégicos, como terras-raras, que são de interesse dos EUA. A sanção ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, no mesmo dia do anúncio das tarifas, é vista como uma tentativa de Trump de desviar a atenção das isenções concedidas a outros produtos.
O Caminho a Seguir
Com as tarifas previstas para entrarem em vigor em breve, o Brasil precisa estruturar uma política que atenda aos interesses dos EUA, buscando alternativas que facilitem o diálogo. Barbosa conclui que o Brasil deve agir de forma pragmática, evitando retaliações que possam prejudicar ainda mais suas exportações. A defesa dos interesses nacionais deve ser a prioridade, independentemente das tensões políticas.
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