PCC cobra 'pedágio' de moradores da Favela do Moinho para financiar tráfico
Moradores da Favela do Moinho enfrentam extorsão enquanto governo avança na desocupação para criar parque na área.

Favela do Moinho tem sido usada pelo PCC como fortaleza para armazenar drogas e vigiar ações policiais na Cracolândia (Foto: Tiago Queiroz/Estadão)
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Recentemente, moradores da Favela do Moinho, em São Paulo, relataram casos de extorsão por parte de proprietários de imóveis, enquanto o governo estadual avança na realocação das famílias para criar um parque na área. A favela, conhecida por sua ligação com o tráfico de drogas e o PCC, é alvo de ações de desocupação.
A ajudante de cozinha Naiara (nome fictício) foi uma das vítimas. Ela recebeu uma ameaça da proprietária de sua casa, que exigiu metade do auxílio-aluguel de R$ 1,2 mil, destinado pelo governo para a realocação. A situação é parte de uma investigação da Polícia Civil sobre tentativas de coação contra os moradores, que buscam garantias de habitação digna.
A favela é considerada um "bunker" do PCC, que controla o tráfico de drogas na região. O Ministério Público aponta que traficantes, que também são proprietários de imóveis, cobram valores exorbitantes para a desocupação, chegando a R$ 125 mil. A situação é alarmante, com muitos moradores temendo represálias por denunciarem as ameaças.
Ações do Governo e Reações
O governo paulista iniciou a remoção voluntária das famílias em abril, mas a ação gerou protestos e confrontos com a polícia. Até agora, 453 das quase 900 famílias já se mudaram. A Secretaria de Habitação justifica a desocupação pela falta de segurança e infraestrutura na favela, que já sofreu incêndios significativos.
A proposta de transformar a área em um parque e uma estação de trem é vista como uma forma de revitalização urbana. No entanto, a associação de moradores critica a criminalização da pobreza e defende que a solução não deve ser a remoção, mas sim a melhoria das condições de vida na comunidade.
A situação na Favela do Moinho reflete um dilema complexo entre segurança pública e direitos habitacionais. Enquanto o governo busca desmantelar o tráfico, os moradores clamam por dignidade e proteção em meio a um cenário de exploração e violência.
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