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04 de ago 2025

Cinco massacres históricos contra indígenas e ribeirinhos são relembrados no Brasil

Indiciamento de agentes de segurança pública revela a continuidade da impunidade em massacres de indígenas e ribeirinhos no Brasil

Mandeí, Maytá e Boreá são as últimas sobreviventes do povo Juma — Foto: Andre Penner/AP Photo/picture alliance/DW

Mandeí, Maytá e Boreá são as últimas sobreviventes do povo Juma — Foto: Andre Penner/AP Photo/picture alliance/DW

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Às margens do Rio Abacaxis, a memória de um massacre brutal ressurge através das palavras de sobreviventes. Em agosto de 2020, uma operação da Polícia Militar resultou na morte de oito pessoas, incluindo familiares de Antônio Monteiro, de 72 anos. O massacre, que deixou três desaparecidos e centenas de indígenas e ribeirinhos torturados, ocorreu após um ataque a um secretário do governo do Amazonas.

A violência contra povos indígenas e ribeirinhos no Brasil remonta à colonização, quando a busca por terras e recursos naturais desencadeou massacres ao longo dos séculos. O antropólogo João Pacheco de Oliveira destaca que, no início da colonização, entre 2 a 4 milhões de indígenas habitavam o Brasil, enquanto hoje esse número caiu para cerca de 1,69 milhões, representando apenas 0,83% da população.

Recentemente, em maio de 2023, treze agentes de segurança pública foram indiciados pelo massacre do Rio Abacaxis, revelando a impunidade que permeia esses casos. Priscila de Oliveira, da ONG Survival International, afirma que a falta de justiça e o silenciamento sistemático contribuem para o esquecimento dessas histórias.

Histórias de Massacres

Outros massacres também marcaram a história dos povos indígenas no Brasil. O massacre dos Juma, em 1964, resultou na quase extinção da etnia, enquanto o massacre de Capacete, em 1988, deixou 14 mortos entre os ticuna. Em 1993, o povo yanomami sofreu um ataque que resultou em 16 mortes, sendo o primeiro caso no Brasil a ser julgado como genocídio.

A luta por reconhecimento e justiça continua, mas muitos casos permanecem sem responsabilização. O massacre de Caarapó, em 2016, exemplifica a violência contra os guarani kaiowá, que enfrentam ataques sistemáticos em suas terras. Em 2023, cinco fazendeiros foram denunciados pelo ataque, mas as consequências legais ainda são incertas.

Esses episódios revelam um padrão de violência e esquecimento que perpassa a história do Brasil, onde a luta por terras e direitos dos povos indígenas e ribeirinhos ainda é uma batalha constante.

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