Oposição ocupa plenário para pressionar por pautas prioritárias na Câmara

Lideranças do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, estão articulando uma paralisação total da Câmara dos Deputados a partir desta terça-feira (5). A estratégia, discutida com partidos como Republicanos, Progressistas, União Brasil e Novo, visa ocupar o plenário e impedir a realização de sessões até que pautas prioritárias da oposição sejam atendidas. A mobilização é uma resposta à prisão domiciliar de Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

O vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), anunciou que, caso o presidente da Casa, Hugo Motta, se ausente do país, pautará um projeto de anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. Côrtes enfatizou a urgência da proposta, que pode beneficiar diretamente Bolsonaro e outros acusados. Durante uma coletiva, ele afirmou que a anistia será discutida assim que houver a oportunidade.

Mobilização da Oposição

Parlamentares do PL e aliados obstruíram as sessões da Câmara e do Senado, exigindo a votação de temas como a anistia e o impeachment de Moraes. Os deputados tomaram as mesas dos plenários como forma de protesto, afirmando que não desocuparão os espaços até que suas demandas sejam atendidas. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, declarou que a obstrução continuará até que haja uma solução para a crise política.

Além disso, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, iniciou diálogos com líderes do Centrão para avaliar a força da oposição e discutir um "pacote de paz". Esse pacote inclui propostas como a anistia ampla e irrestrita e o impeachment de Moraes. A oposição busca medir sua força, com a expectativa de contar com 130 deputados e 20 senadores para potencialmente paralisar os trabalhos legislativos.

Cenário Tenso

A situação política se torna cada vez mais tensa, refletindo a busca da oposição por alternativas que favoreçam Bolsonaro em um momento delicado de sua trajetória. A estratégia de ocupação do plenário e a pressão por pautas favoráveis indicam um cenário de intensificação das mobilizações no Congresso, que pode impactar diretamente a estabilidade do governo atual.