Bitcoin enfrenta seu pior mês desde 2022 e investidores temem novas quedas

O Bitcoin (BTC) enfrenta um cenário desafiador em 2024, com uma queda significativa de mais de 19% em fevereiro, o que pode ser seu pior desempenho mensal desde junho de 2022. A criptomoeda atingiu um mínimo de cerca de US$ 79 mil, refletindo uma desvalorização de mais de 25% em relação ao seu recorde histórico. A pressão sobre o ativo é atribuída a fatores macroeconômicos, como tarifas comerciais e inflação persistente, que criaram um ambiente de aversão ao risco entre os investidores. Mike Colonnese, analista da H.C. Wainwright, destacou que "fatores macro continuarão sendo o maior impulsionador do desempenho dos ativos digitais no curto prazo".

Além disso, a recente volatilidade não se limitou ao Bitcoin; outras criptomoedas, como Ethereum (ETH) e XRP, também sofreram perdas acentuadas, com quedas de 9,6% e 9,1%, respectivamente. O mercado de criptomoedas perdeu US$ 235 bilhões em valor de mercado em apenas 24 horas, refletindo um sentimento negativo semelhante ao "inverno cripto" de 2022. Caroline Bowler, CEO da BTC Markets, mencionou que essa queda é uma resposta a incertezas macroeconômicas e tarifas impostas pelo governo dos EUA.

Do ponto de vista técnico, a perda do suporte na faixa de US$ 83 mil pode abrir espaço para novas quedas, com analistas prevendo que o Bitcoin pode buscar suporte entre US$ 78.800 e US$ 75.900. A pressão vendedora é reforçada pela fraqueza nos mercados acionários, especialmente em ações de tecnologia, que impactam negativamente a confiança no Bitcoin. A próxima zona de suporte relevante está entre US$ 75 mil e US$ 77 mil, enquanto uma recuperação só será possível se o BTC superar os US$ 85 mil.

Por outro lado, há uma expectativa de que o Bitcoin possa se destacar como um ativo diversificador em momentos de estresse no mercado global. Joel Kruger, estrategista de mercado, acredita que "haverá uma oportunidade para o Bitcoin brilhar se houver estresse intensificado nos mercados globais". A atenção agora se volta para o comportamento dos investidores institucionais e os fluxos de fundos de Bitcoin negociados em bolsa (ETFs), que têm mostrado sinais de enfraquecimento, o que pode impactar ainda mais o preço da criptomoeda.